ANGOLA PRESS
Nampula, Moçambique - Moçambique vai transmitir a sua experiência sobre o "envolvimento directo" da liderança comunitária na construção, gestão e conservação das fontes de água na Conferência Internacional da Cruz Vermelha, que se realiza em novembro, em Genebra, anunciou hoje (quinta-feira) a Lusa.
De acordo com Américo Ubisse, secretário-geral da Cruz Vermelha de Moçambique (CVM), esta experiência está a ser implementada nos distritos de Ribàuè e Malema, na província de Nampula, norte de Moçambique, onde aquela organização humanitária desenvolve desde 2008 um projecto de água e saneamento, financiado pela União Europeia, em mais de dois milhões de euros.
O projecto contempla a construção de 110 poços, 101 furos mecânicos, 200 latrinas escolares e outras cinco mil latrinas para igual número de famílias, devendo beneficiar cerca de 100 mil famílias, até meados do próximo ano.
Para Américo Ubisse, o envolvimento das comunidades na identificação dos locais para instalação das referidas fontes, abertura das vias de acesso e na criação dos comités de água permitiu a concretização do projecto.
"Hoje somos chamados a levar esta experiência que nasce da grande dedicação, empenho e cometimento das comunidades dos distritos de Ribàuè e Malema e dos respectivos governos para ser partilhada além fronteiras", disse Ubisse à Lusa.
Uma equipa da Federação Internacional da Cruz Vermelha, composta de técnicos seniores da Noruega, Finlândia e da União Europeia visitou recentemente a província de Nampula e disse ter constatado que a população, além de comparticipar activamente na construção das fontes, a cargo de três empresas estrangeiras (sul-africana, indiana e chinesa) apoia o Governo no processo de tratamento e água e na melhoria do sistema de saneamento do meio.
Fonte ligada ao projecto estima que cerca de 63.500 de um universo de 100 mil famílias estão já a consumir água potável e devidamente tratada nos dois distritos.
O maior constrangimento prende-se com o facto de alguns apresentarem caudais sazonais, o que dificulta a abertura dos poços. Dos 110 poços previstos foi possível construir apenas 20 e, destes, três estão sem água.
*Foto em Lusa
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