sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Angola: EDUARDO DOS SANTOS "NOVO" PRESIDENTE, MPLA VENCEU AS ELEIÇÕES! - I

 


Líder da UNITA apela à votação apesar de processo "completamente viciado"
 
30 de Agosto de 2012, 22:36
 
Luanda, 30 ago (Lusa) - O líder da UNITA, Isaías Samakuva, apelou hoje em Luanda, numa curta declaração à imprensa, à votação de todos nas eleições gerais em Angola, apesar de considerar o processo eleitoral "completamente viciado".
 
No texto que leu na noite de hoje, o líder do partido do "Galo Negro" justificou o apelo ao voto com a promessa feita na véspera de se dirigir aos angolanos para os informar da decisão da UNITA acerca da sua participação no escrutínio.
 
"Apesar de o processo estar completamente viciado, hoje, numa reunião do Comité Permanente, decidimos que vamos todos ao voto. Com ordem, com serenidade e com tranquilidade. Vamos votar", afirmou. "Sempre defendemos a lei e é dentro deste quadro que faremos valer a nossa razão", acrescentou.
 
Composição do parlamento e futuro chefe de Estado decidem-se hoje nas urnas
 
31 de Agosto de 2012, 06:03
 
Luanda, 31 ago (Lusa) - Angola realiza hoje as terceiras eleições da sua história e as primeiras em que o Presidente da República é escolhido por via indireta, num dia que vai testar a credibilidade do processo eleitoral, após acusações de irregularidades dirigidas pela oposição.
 
A UNITA chegou a propor o adiamento das eleições gerais, numa carta dirigida a José Eduardo dos Santos, presidente do partido maioritário e da República, não se responsabilizando pelo que aconteceria se o diálogo fosse recusado, mas o MPLA disse na quinta-feira que não via motivos para mudar o dia da votação.
 
No mesmo dia, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) declarou estarem reunidas "todas as condições" para avançar com o processo e o comandante da Polícia Nacional avisou que 70 mil efetivos estão prontos para responder a pertubações da ordem pública e para "defender o Governo e muito especialmente o seu líder até às últimas consequências".
 
Apesar de considerar o processo "completamente viciado", o presidente da UNITA disse no final do dia de reflexão, e véspera das eleições, que o seu partido vai participar na votação e apelou à participação de todos.
 
Os 9.757.671 eleitores angolanos escolhem um novo parlamento, num escrutínio em que o MPLA, partido no poder desde a independencia, em 1975, parte favorito contra oito formações políticas, propondo-se como a única força credível para desenvolver Angola, com base na obra feita nos últimos anos.
 
Os principais partidos de oposição insistem nas acusações de perpetuação no poder de José Eduardo dos Santos, na distibuição de riqueza e na denúncia de uma rede clientelar do partido no poder, que dizem confundir-se com o aparelho de estado.
 
A principal novidade que vai surgir hoje nos boletins de voto é a Convergência Ampla de Salvação Nacional - Coligação Eleitoral (CASA-CE), de Abel Chivukuvuku, dissidente da UNITA e ex-delfim de Jonas Savimbi, apresentando-se como uma terceira via aos dois partidos históricos.
 
Dos 220 deputados eleitos diretamente, sairão por via indireta o Presidente e o Vice-Presidente da República, cargos que serão preenchidos com os dois primeiros nomes da lista vencedora pelo círculo nacional para um mandato de cinco anos.
 
A encabeçar a lista do MPLA está o Presidente José Eduardo dos Santos, que poderá obter hoje a legitimação nas urnas para um cargo que exerce há 32 anos, e Manuel Vicente, ex-administrador da Sonangol, estrela ascendente no partido, enquanto vários históricos foram relegados para segundo plano nas listas.
 
O dia será também um teste à CNE, cuja credibilidade foi posta em causa pela UNITA e outros partidos de oposição, devido à divulgação dos cadernos eleitorais, presença de delegados das listas nas mesas de voto, disponibilização de atas no fim da votação e transmissão de dados.
 
Na quinta-feira, um protesto de jovens ligados à CASA-CE foi reprimido e quinze pessoas ficaram detidas, quando tentavam manifestar-se junto à sede da CNE em Luanda contra a decisão de credenciar apenas metade dos delegados solicitados pelo partido.
 
Mais de dois mil observadores nacionais e internacionais foram acreditados para acompanhar a votação, mas várias organizações cívicas angolanas queixaram-se de ficar sem resposta aos seus pedidos de credenciamento.
 
A União Africana, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral são as principais organizações presentes, mas, ao contrário das legislativas de 2008, ganhas pelo MPLA com mais de 80 por cento dos votos, a União Europeia não terá observadores no terreno, alegando que Angola não deu atenção às suas recomendações feitas nesse ano.
 
HB
 
Assembleias de voto abertas para terceiro escrutínio desde a independência
 
31 de Agosto de 2012, 07:54
 
Luanda, 31 ago (Lusa) -- As assembleias de voto em Angola abriram hoje cerca das 07:00 para as terceiras eleições desde a independência, em 1975, em que o favorito é o partido de José Eduardo dos Santos, no poder há 33 anos.
 
Cerca de 9,7 milhões de eleitores são chamados a depositar o seu voto nas 10 mil assembleias abertas até às 18:00 para eleger os deputados.
 
Segundo a Constituição angolana, o líder do partido vencedor é eleito Presidente da República para os próximos cinco anos.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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