FP - Lusa
Bissau, 20 set
(Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de transição da
Guiné-Bissau garante que é o governo do qual faz parte que estará na
Assembleia-geral das Nações Unidas e o Presidente interino quem discursará
perante as outras nações.
"A
Guiné-Bissau é membro das Nações Unidas, será representada por este governo,
que há quatro meses tem tido o controlo do país, que paga salários, que mantém
a tranquilidade, que negoceia, que representa a Guiné-Bissau em todas as
conferências e cimeiras internacionais", disse hoje Faustino Imbali em
conferência de imprensa, adiantando que na sexta-feira parte para Nova Iorque.
Em Nova Iorque,
acrescentou, está já uma equipa do governo, também já está um novo embaixador
(Manecas dos Santos) junto das Nações Unidas há três semanas, e Serifo
Nhamadjo, Presidente interino, irá falar nas Nações Unidas.
O ministro disse
nem saber como caracterizar que não fosse o governo de transição a representar
o país e questionou: "que outro governo seria legítimo para representar a
Guiné-Bissau?".
"Há quem diga
que Carlos Gomes Júnior iria falar na Assembleia Geral das Nações Unidas, mas
Carlos Gomes Júnior é um antigo primeiro-ministro, como Faustino Imbali é um
antigo primeiro-ministro, como Francisco Fadul é um antigo primeiro-ministro.
Carlos Gomes Júnior é o presidente do PAIGC e ponto final. Com que qualidade é
que ele vai às Nações Unidas?", perguntou também.
Faustino Imbali tem
dito, e voltou hoje a repetir, que no recente conflito na Guiné-Bissau houve
três partes: uma que fez o golpe (de Estado de 12 de abril), uma que foi vítima
do golpe e outra que assumiu a situação depois do golpe.
"Somos um
governo que não tem nada a ver com o que se passou. É difícil entrar na cabeça
das pessoas mas vamos repetir até que entre", disse Faustino Imbali, para
quem "não ia ajudar a Guiné" o regresso a 11 de abril e aos dirigentes
depostos (Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior)".
"Todos nós
vimos vir o golpe", todos sabiam que alguma coisa ia acontecer, incluindo
a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Agora somos
responsabilizados por isso? Todos sabiam que a situação não era boa, que era
pintura. Como é que a situação pode ser boa se Presidentes da República são
assassinados, os chefes de Estado-maior são assassinados, os deputados são
assassinados?", questionou também.
Faustino Imbali
disse ainda que "o governo de Carlos Gomes Júnior pagava salários mas o
governo de transição encontrou oito meses de salários em atraso nas
representações diplomáticas no estrangeiro, tendo já liquidado dois vencimentos
e prepara-se para pagar outros dois".
E ainda sobre os
salários Faustimo Imbali disse que o governo de Angola declarou que pagava
salários na Guiné-Bissau, pelo que não se sabe "o que é feito da receita
interna" do país. "Neste momento estamos a pagar da receita interna.
Houve um apoio da Nigéria de 100 milhões de dólares, e a Costa do Marfim
ofereceu 1,2 milhões para a alimentação dos militares. E mais nada",
referiu.
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