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Quem será o novo
líder do partido no poder em Moçambique já que, segundo a Constituição, o atual
presidente da força política e do país, Armando Guebuza, não poderá se
candidatar à presidência da República pela 3ª vez?
Começa no domingo
(23.09) o X Congresso da FRELIMO, a Frente de Libertação de Moçambique, partido
no poder. Em questão estarão diversos aspectos como a nova liderança do
partido.
O atual líder da
formação partidária, Armando Guebuza, que também é o atual presidente do país,
não poderá se candidatar novamente ao cargo mais alto de Moçambique, porque já
concluiu dois mandatos consecutivos.
Para a FRELIMO, um
problema porque afinal, para ter mais força, o partido no poder em Moçambique
espera que o líder da formação política e do país sejam a mesma pessoa.
O risco de uma
força enfraquecer
Mas na cidade de
Pemba, onde será realizado o Congresso, Guebuza deverá ser reconduzido à
liderança do partido no poder em Moçambique, cargo que ele ocupa desde 2005.
A mais importante
tarefa deste Congresso, nos próximos dias, é eleger 64 membros do comitê
central e o presidente do partido. Controversamente, Armando Guebuza foi o
único candidato proposto.
Para Fernando Lima,
analista político moçambicano, isso se deve ao fato do partido ter adotado um
estilo de liderança próprio a Guebuza: "O aparelho deste partido é um
aparelho em que ele confia, logo a permanência de Guebuza na presidência da
FRELIMO resulta de uma lógica de poder que foi construída ao longo dos últimos
oito anos.”
Porém o partido no
poder em Moçambique poderá enfrentar um problema prático, defende por seu turno
Alfiado Zunguza, analista político do Centro de Resolução de Conflitos
"Justa Paz" em Moçambique.
Ele explica que
quando Guebuza foi eleito presidente, Joaquim Chissano ainda era presidente do
partido. "Houve uma necessidade de Guebuza assumir também a presidência do
partido porque se dizia que seria muito complicado haver dois poderes dentro do
partido: o presidente da República e o líder do partido, que de certa forma
traça as linhas estratégicas de governação do país."
A especulação sobre
um "delfim"
Armando Guebuza não
pode concorrer a um terceiro mandato mas o candidato da FRELIMO, ainda não
designado, já é o principal favorito das eleições de 2014, por causa das
fragilidades da oposição.
O analista Fernando
Lima prevê as dificuldades que esse candidato à presidência teria em
estabelecer-se não estando na presidência do partido. Segundo ele, as partes
precisam mostrar força suficiente para que a FRELIMO "seja obrigada a
considerar essas opções", esclarece.
"A segunda questão
que é decorrente da vitória dessas forças seria que um candidato delfim de
Guebuza seja apresentado para ser, não o presidente da FRELIMO mas, o candidato
à presidência da República. Porque as duas coisas estão intimamente
ligadas", refere Lima. "Candidato delfim" significa uma pessoa
de confiança, o que poderia ser explicado como uma espécie de "príncipe
herdeiro".
Marionete
Para Lima, a
impossibilidade constitucional do atual presidente de Moçambique de cumprir
outro mandato cria a hipótese de o futuro chefe de Estado ser controlado pelo
Comité Central da FRELIMO.
Entretanto e
segundo o analista Zunguza, existe também uma outra questão que está no centro
das discussões dentro e fora da FRELIMO. Ele se refere ao posicionamento do
partido em relação às linhas estratégicas que poderão guiar o desenvolvimento
do país, "especialmente no que diz respeito à visão que tem na
redistribuição da riqueza nacional, tendo em conta, por exemplo, as
potencialidades na área de recursos naturais, especialmente de gás e
potencialmente de petróleo, e também a exploração intensiva do carvão que se
começa a efetuar em Tete (no centro de Moçambique)."
E quanto ao
Congresso cujos trabalhos decorrerão entre 23 e 28 do corrente mês de setembro,
Fernando Lima acredita que tudo favorece as forças de Armando Guebuza.
"Mas não coloco de lado a hipótese de haver a necessidade de consenso com
outras tendências dentro do Congresso", conclui.
Autora: Carla
Fernandes - Edição: Bettina Riffel / António Rocha
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