Líderes islâmicos
aprovam na Guiné-Bissau declaração contra excisão genital feminina
04 de Outubro de
2012, 19:38
Bissau, 04 out
(Lusa) - Os lideres islâmicos da Guiné-Bissau assinaram hoje uma declaração na
qual confirmam que a prática da mutilação genital feminina "não está, nem
é do Islão" e esperam que a mesma "seja erradicada o mais brevemente
possível".
"Depois de
longas e profundas discussões sobre o assunto entre os participantes,
finalmente e quanto aos apoiantes da prática da mutilação genital feminina,
estes ficaram convencidos, através de argumentos válidos e inquestionáveis, de
que não existe nenhuma alusão no Alcorão relativa ao assunto e nem nos
ensinamentos do Profeta, mas sim uma tradição que existia ainda antes do
aparecimento do Islão", lê-se na Declaração de Bissau.
A Declaração,
assinada pelo Conselho Superior Islâmico da Guiné-Bissau e pela "maioria
dos Sábios do Islão", foi o resultado de dois dias de uma
"Conferência Islâmica para o abandono da mutilação genital feminina",
que hoje terminou em Bissau.
O documento será
lido sexta-feira numa das principais mesquitas de Bissau e os líderes
religiosos apelaram à sua divulgação por todo o país.
Mahamadou Diallo,
presidente da Associação Maliana para a Paz e Saúde, já tinha assegurado, no
decorrer dos trabalhos, que "não há nenhum texto no Alcorão que fale da
circuncisão de mulheres ou de homens".
Também o professor
de estudos islâmicos Mohamed Shama, do Egito, deixou a mesma garantia,
afirmando que a excisão é um costume antigo e que foi praticado por muçulmanos
de uma série de países "em imitação".
O responsável
começou por dizer que muitos nos países não islâmicos não sabem nada sobre o
Islão, a não ser que o homem pode ter várias mulheres, que as bebidas
alcoólicas e a carne de porco são proibidas. E pensam também que a mulher é
subalternizada em relação ao homem.
"O Islão não
faz distinção entre o homem e a mulher relativamente àquilo que obriga os pais
a fazer e àquilo que recomenda que seja o seu comportamento relativamente aos
filhos", disse, acrescentando que a educação e a escolha de parceiro é um
direito de ambos os sexos.
O Islão
"proíbe qualquer dano físico do homem pelo homem. A base principal na
legislação islâmica é a proibição de tocar no corpo humano se isso lhe causar
danos", disse o professor, concluindo que a excisão genital feminina
provoca danos físicos e, por isso, "é um costume que tem de ser
travado".
Na Guiné-Bissau, a
excisão genital feminina é uma prática proibida, mas continua a fazer-se.
Domingas Gomes, líder de uma organização que luta contra a circuncisão, disse
que na Guiné-Bissau cerca de 50 por cento das mulheres entre os 15 e os 49 anos
foram excisadas e frisou que esta prática se faz em 98 por cento das
comunidades islâmicas , especialmente no leste do país.
"Estima-se que
entre 272 mil a 500 mil mulheres e meninas estão expostas à excisão na
Guiné-Bissau", praticada em crianças entre os três meses e os 14 anos,
dependendo do grupo étnico. No mundo, disse, a prática atinge três milhões de
mulheres em 28 países.
FP // ARA.
MNE de transição da
Guiné-Bissau aponta dedo a embaixador e a Portugal pelo desaire na ONU
05 de Outubro de
2012, 13:48
Bissau, 05 out
(Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de transição da
Guiné-Bissau responsabilizou hoje o embaixador acreditado na ONU pela situação
que impediu o país de discursar na Assembleia Geral, e acusou Portugal de o
apoiar.
Faustino Imbali deu
hoje uma longa conferência de imprensa em Bissau para explicar a sua versão do
que aconteceu em Nova Iorque na semana passada, quando Raimundo Pereira,
Presidente interino deposto, foi acreditado para falar às Nações Unidas e que
acabou por não falar. Pela primeira vez na sua história a Guiné-Bissau não se
dirigiu às Nações Unidas.
Serifo Nhamadjo,
presidente de transição, deslocou-se a Nova Iorque, mas não foi credenciado
para entrar na ONU, tudo porque o embaixador do país acreditado, João Soares da
Gama, preferiu credenciar Raimundo Pereira, disse o ministro.
Faustino Imbali
entregou aos jornalistas cópias da carta de substituição de João Soares da Gama
por Manuel Monteiro dos Santos (enviada à ONU a 31 de julho) e disse que, desde
então, João Soares da Gama tem impedido que seja feita a substituição.
"João Soares
disse que a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) escreveu uma
carta à ONU para ele continuar", disse Faustino Imbali, acrescentando:
"Há todo um lobby de Portugal para ele ficar. Portugal fez tudo por tudo
para acreditar Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior" (primeiro-ministro
deposto no golpe de Estado de 12 de abril).
O ministro entregou
também aos jornalistas cópia da carta enviada por João Soares da Gama às Nações
Unidas a credenciar Raimundo Pereira para falar na Assembleia Geral (enviada a
18 de setembro), e da carta que ele mesmo fez, dia 26 em Nova Iorque, a
credenciar Serifo Nhamadjo, bem como de uma carta enviada pela CEDEAO
(Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) à ONU, a alertar para o
perigo de instabilidade no país caso fosse Raimundo Pereira a representar a
Guiné-Bissau.
"Se não
tivesse a noção de que fizemos tudo o que deveríamos ter feito esta conferência
de imprensa seria para anunciar que punha o cargo à disposição. Se há um erro
que cometemos foi confiar no profissionalismo de João Soares da Gama",
disse.
Tudo porque
"cinco meses depois (do golpe de Estado) ainda há pessoas que pensam que o
retorno a 11 de abril é possível. Vou dizer mais uma vez que o retorno a 11 de
abril não é possível nem desejável", afirmou o ministro de transição,
acrescentando que também não há um governo no exílio mas apenas uma pessoa que
tem "fortes apoios".
Crítico em relação
à CPLP e à delegação da ONU em Bissau, Faustino Imbali disse também que se há
países membros da CPLP que acham que a Guiné-Bissau devia ser suspensa da
organização "então que tomem a responsabilidade histórica de tomar essa
decisão".
E sobre a ONU em
Bissau disse que apenas se encontrou com o representante do secretário-geral na
Guiné-Bissau no mês passado e que Joseph Mutaboba ainda não se encontrou também
com o Presidente de transição.
"Disse-lhe que
sentimos que a ONU abandonou a Guiné-Bissau", contou, acrescentando que o
sentimento do governo de transição é o de que a ONU "não cumpre o papel
que esperavam, que devia de ser um papel de árbitro, conciliador e de
diálogo".
Faustino Imbali
considerou de "passo decisivo" a vinda ao país de uma missão conjunta
da ONU, União Africana, CEDEAO e CPLP mas acrescentou que ainda não foi fixada
uma data.
FP // NS.
Raio mata cinco
crianças no norte da Guiné-Bissau
05 de Outubro de
2012, 15:49
Bissau, 05 out
(Lusa) - Cinco crianças morreram atingidas por um raio na região de São
Domingos, norte da Guiné-Bissau, informou hoje a rádio SolMansi.
Segundo fontes
familiares citadas pela rádio, as crianças, todas do sexo masculino, tinham
entre sete e 13 anos e estavam a vigiar a cultura do arroz quando o raio
atingiu o local onde se encontravam.
A tragédia deixou a
aldeia em choque, de acordo com a mesma fonte.
No leste do país as
fortes chuvas provocaram inundações em Pitchi, região de Gabu e seis casas desabaram.
Segundo a rádio, que cita o presidente do Comité de Desenvolvimento do Setor de
Pitchi, 39 famílias ficaram desalojadas.
FP // NS.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
Leia mais
sobre Guiné-Bissau (símbolo na barra lateral)
1 comentário:
São precisos toda uma grande série de outros instrumentos filosóficos, ideológicos e religiosos para evitar a mutilação genital feminina, e o islam não os tem, não os permite e ainda os destrói onde existirem.
O que for bom mas não estiver no corão, não é admitido pelo islam.
De uma forma mais resumida.
o próprio maomé fez a mutilação genital feminina, a mutilação genital masculina e ainda pior ao próprio allah, que no islam, nunca mais pode ter amigos, filho, família e por fim, nem espírito.
Em verdade, só fora do islam, O Bem Pode Existir e Ser Fonte de Verdade e Vida.
Enviar um comentário