Empresárias
moçambicanas enfrentam dificuldades no acesso aos mercados regionais -- OIT
09 de Outubro de
2012, 08:13
Nampula,
Moçambique, 09 out (Lusa) - As empresárias moçambicanas continuam a enfrentar
grandes dificuldades no acesso aos mercados da África Austral, por
"desconhecimento" e "fraca capacidade de gestão", conclui
uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em três províncias
do país.
O novo estudo,
realizado pela OIT nas províncias de Maputo, Sofala e Nampula, no âmbito da
promoção do empreendedorismo feminino, constatou "graves problemas",
por parte das empresárias moçambicanas no acesso aos mercados vizinhos por
desconhecimento da pauta aduaneira e fraca capacidade de gestão de negócios,
para responder aos desafios regionais.
O facto foi
confirmado hoje à Lusa por Isabel Trindade, da Associação Moçambicana das
Mulheres Empreendedoras (FEMME), que citou como uma causa o "incumprimento
da certas exigências aduaneiras" da Comunidades de Desenvolvimento da
África Austral (SADC).
No âmbito da
Integração Regional, foi constituída em 2008 a chamada Zona de Comércio Livre,
que integra alguns países da região, nomeadamente Moçambique, África do Sul,
Botsuana, Lesoto, Maurícias, Madagáscar, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia, Tanzânia
e Zimbabué.
A representante da
FEMME disse que a organização, em coordenação com a OIT, está a promover uma
serie de seminários de capacitação de empresárias, em todas as regiões
abrangidas pela pesquisa, "para melhorar o ambiente de negócios".
Ycore Félice,
coordenador da OIT-Moçambique, apontou a falta de acesso ao crédito bancário
como um dos maiores constrangimentos que impede o desenvolvimento das mulheres.
A OIT diz que vai
mobilizar um fundo que será concedido a agências femininas de crédito para o
financiamento, entre 15 mil e 70 mil meticais (400 e 1.900 euros,
respetivamente) de 600 mulheres nas províncias de Maputo, Sofala e Nampula.
Segundo disse, a
OIT compromete-se ainda a acelerar o processo de divulgação da informação sobre
políticas setoriais do Governo para o desenvolvimento das mulheres empresárias
e empreendedoras, e a desenvolver mecanismos de partilha de informações sobre
sistemas simplificados e registo de micro negócios em Moçambique.
LYR // VM.
Cantora moçambicana
suspensa de atividades políticas por 12 anos
09 de Outubro de
2012, 08:41
Maputo, 09 out
(Lusa) - A cantora moçambicana Carola Nhavotso foi condenada na sexta-feira à
suspensão das suas atividades políticas por 12 anos, por ter apresentado falsa
identificação em tribunal, noticia hoje a Agência de Informação de Moçambique.
A sentença foi
proferida por um tribunal em Inhambane, a cerca de 50 quilómetros a norte de
Maputo, onde a cantora e outros supostos ativistas do Movimento Democrático de
Moçambique (MDM), segundo partido da oposição, estavam a ser julgados por
ilícitos eleitorais.
No julgamento, a
ré, uma pouco conhecida cantora, revelou ao tribunal o verdadeiro nome, Lucinda
Salvador Samissone e não Delfina Carlos Zandamela.
Pelo facto, o
tribunal decidiu, em unanimidade, suspender por um período de 12 anos todos os
direitos políticos da artista que se apresenta ao público com o nome de Carola
Nhavotso.
No julgamento,
foram condenadas a uma pena de dois meses de prisão 35 pessoas tidas como
apoiantes do MDM por prática de ilícitos eleitorais no dia 18 de abril último,
durante as eleições intercalares para o município de Inhambane.
Os réus julgados em
nove processos em que eram acusados de interpelar e aliciar eleitores dentro do
raio de 300 metros das assembleias de voto deverão, igualmente, cada um, pagar
o imposto máximo de Justiça e 200 meticais (cerca de 3,5 euros) de indemnização
a favor do Estado pelos danos patrimoniais provocados.
LAS // VM.
Presidente Guebuza
conferiu posse ao novo primeiro-ministro de Moçambique
09 de Outubro de
2012, 09:13
Maputo, 09 out
(Lusa) - O Presidente moçambicano, Armando Geubuza, conferiu hoje posse ao novo
primeiro-ministro, Alberto Vaquina, a quatro ministros, um vice-ministro e a
quatro novos governadores provinciais, e exortou-os a "melhorarem a
qualidade de vida" no país.
Na segunda-feira,
Guebuza exonerou o primeiro-ministro, Aires Ali, e nomeou para o cargo Alberto
Vaquina, até aí governador de Tete, numa ampla remodelação governamental, que
atingiu as áreas do Turismo, da Educação, Juventude e Desportos, bem como da
Ciência e Tecnologia, além dos governadores das províncias de Sofala, Tete,
Nampula e Zambézia.
O novo
primeiro-ministro moçambicano, Alberto Vaquina, é um médico formado em Portugal
que, desde 2010, governava a província de Tete, no centro, onde se encontram
das maiores reservas mundiais de carvão.
Imprensa
moçambicana considera que Aires Ali mantém intactas hipóteses de chegar a
Presidente
09 de Outubro de
2012, 09:31
Maputo, 09 out
(Lusa) - A imprensa moçambicana aponta hoje a exoneração do primeiro-ministro
Aires Ali como a grande mudança na remodelação governamental anunciada na
segunda-feira, mas alguns jornais defendem que a sua saída não é o fim do sonho
presidencial.
Aires Ali, no cargo
de primeiro-ministro desde 2010, foi na segunda-feira exonerado pelo chefe de
Estado, Armando Guebuza, e substituído pelo governador da província de Tete,
centro de Moçambique, Alberto Vaquina.
Armando Guebuza,
que é também chefe do Governo, tirou do executivo os ministros da Educação,
Zeferino Martins, da Juventude e Desportos, Pedrito Caetano, e da Ciência e
Tecnologia, Venâncio Massingue, bem como os governadores de Sofala, Carvalho
Muária, e da Zambézia, Itai Meque.
Hoje, os jornais moçambicanos
fazem todos manchete com a remodelação governamental, escolhendo as palavras
"mudanças de vulto, surpresas e Governo remodelado", mas alguns
mantêm intactas as possibilidades de Aires Ali poder substituir Armando Guebuza
como candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) às presidenciais
de 2014.
"Aires Ali
abandonou o cargo de PM para evitar a exposição da sua imagem às críticas da
imprensa e da sociedade. A exoneração seria uma forma de se resguardar para
daqui a alguns anos concorrer à Presidência da República, pelo partido
Frelimo", refere o diário eletrónico Canal de Moçambique.
O jornal defende
que Aires Ali saiu fragilizado do X Congresso da Frelimo recentemente realizado
em Pemba, ao não conseguir a eleição para a Comissão Política, o verdadeiro
órgão que governa o país, mas realça que "há quem defenda que a sua saída
do cargo de primeiro-ministro não acaba com a possibilidade de vir a
candidatar-se à Presidência da República", refere o Canal de Moçambique.
O Mediafax também considera
que Aires Ali mantém sólidas as hipóteses de vir a candidatar-se à Presidência
da República e vê a sua exoneração como uma estratégia da Frelimo para
protegê-lo e depois relançá-lo para outros desafios.
"Com muita
insistência se coloca a hipótese de a Frelimo estar a jogar estrategicamente no
sentido de proteger e limpar alguns pecados da vida público-governativa de
Aires Ali", enfatiza o jornal.
Já o diário O País
tem outro tom e descreve Aires Ali como "o mais penalizado de todos os
exonerados" e diz que "antes do Congresso de Pemba tinha a passadeira
para a Ponta Vermelha praticamente estendida a seus pés".
"Era visto
como o candidato mais bem posicionado para suceder a Armando Guebuza na
Presidência da República, já em 2014, contudo, em duas semanas, tudo
mudou", realça o jornal.
A substituição de
Armando Guebuza na Ponta Vermelha, a residência dos presidentes moçambicanos, é
o tema do momento, uma vez que o chefe de Estado está constitucionalmente
impedido de concorrer a um terceiro mandato.
O congresso da
Frelimo, realizado no final de setembro, não abordou a sucessão mas, ao manter
Guebuza na liderança do partido, deu um sinal de que, no futuro, o país poderá
ter uma dupla liderança.
Caberá ao comité
central decidir quem será o candidato do partido às eleições presidenciais de
2014.
O principal diário
do país, Notícias, pró-governamental, não faz qualquer comentário à
remodelação, noticiando a troca de cadeiras em manchete.
PMA // VM.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
Leia mais
sobre Moçambique (símbolo na barra lateral)
Sem comentários:
Enviar um comentário