quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Moçambique: MULHERES EMPRESÁRIAS, CANTA MAS NÃO VOTA, AIRES ALI

 


Empresárias moçambicanas enfrentam dificuldades no acesso aos mercados regionais -- OIT
 
09 de Outubro de 2012, 08:13
 
Nampula, Moçambique, 09 out (Lusa) - As empresárias moçambicanas continuam a enfrentar grandes dificuldades no acesso aos mercados da África Austral, por "desconhecimento" e "fraca capacidade de gestão", conclui uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em três províncias do país.
 
O novo estudo, realizado pela OIT nas províncias de Maputo, Sofala e Nampula, no âmbito da promoção do empreendedorismo feminino, constatou "graves problemas", por parte das empresárias moçambicanas no acesso aos mercados vizinhos por desconhecimento da pauta aduaneira e fraca capacidade de gestão de negócios, para responder aos desafios regionais.
 
O facto foi confirmado hoje à Lusa por Isabel Trindade, da Associação Moçambicana das Mulheres Empreendedoras (FEMME), que citou como uma causa o "incumprimento da certas exigências aduaneiras" da Comunidades de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
 
No âmbito da Integração Regional, foi constituída em 2008 a chamada Zona de Comércio Livre, que integra alguns países da região, nomeadamente Moçambique, África do Sul, Botsuana, Lesoto, Maurícias, Madagáscar, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia, Tanzânia e Zimbabué.
 
A representante da FEMME disse que a organização, em coordenação com a OIT, está a promover uma serie de seminários de capacitação de empresárias, em todas as regiões abrangidas pela pesquisa, "para melhorar o ambiente de negócios".
 
Ycore Félice, coordenador da OIT-Moçambique, apontou a falta de acesso ao crédito bancário como um dos maiores constrangimentos que impede o desenvolvimento das mulheres.
 
A OIT diz que vai mobilizar um fundo que será concedido a agências femininas de crédito para o financiamento, entre 15 mil e 70 mil meticais (400 e 1.900 euros, respetivamente) de 600 mulheres nas províncias de Maputo, Sofala e Nampula.
 
Segundo disse, a OIT compromete-se ainda a acelerar o processo de divulgação da informação sobre políticas setoriais do Governo para o desenvolvimento das mulheres empresárias e empreendedoras, e a desenvolver mecanismos de partilha de informações sobre sistemas simplificados e registo de micro negócios em Moçambique.
 
LYR // VM.
 
Cantora moçambicana suspensa de atividades políticas por 12 anos
 
09 de Outubro de 2012, 08:41
 
Maputo, 09 out (Lusa) - A cantora moçambicana Carola Nhavotso foi condenada na sexta-feira à suspensão das suas atividades políticas por 12 anos, por ter apresentado falsa identificação em tribunal, noticia hoje a Agência de Informação de Moçambique.
 
A sentença foi proferida por um tribunal em Inhambane, a cerca de 50 quilómetros a norte de Maputo, onde a cantora e outros supostos ativistas do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), segundo partido da oposição, estavam a ser julgados por ilícitos eleitorais.
 
No julgamento, a ré, uma pouco conhecida cantora, revelou ao tribunal o verdadeiro nome, Lucinda Salvador Samissone e não Delfina Carlos Zandamela.
 
Pelo facto, o tribunal decidiu, em unanimidade, suspender por um período de 12 anos todos os direitos políticos da artista que se apresenta ao público com o nome de Carola Nhavotso.
 
No julgamento, foram condenadas a uma pena de dois meses de prisão 35 pessoas tidas como apoiantes do MDM por prática de ilícitos eleitorais no dia 18 de abril último, durante as eleições intercalares para o município de Inhambane.
 
Os réus julgados em nove processos em que eram acusados de interpelar e aliciar eleitores dentro do raio de 300 metros das assembleias de voto deverão, igualmente, cada um, pagar o imposto máximo de Justiça e 200 meticais (cerca de 3,5 euros) de indemnização a favor do Estado pelos danos patrimoniais provocados.
 
LAS // VM.
 
Presidente Guebuza conferiu posse ao novo primeiro-ministro de Moçambique
 
09 de Outubro de 2012, 09:13
 
Maputo, 09 out (Lusa) - O Presidente moçambicano, Armando Geubuza, conferiu hoje posse ao novo primeiro-ministro, Alberto Vaquina, a quatro ministros, um vice-ministro e a quatro novos governadores provinciais, e exortou-os a "melhorarem a qualidade de vida" no país.
 
Na segunda-feira, Guebuza exonerou o primeiro-ministro, Aires Ali, e nomeou para o cargo Alberto Vaquina, até aí governador de Tete, numa ampla remodelação governamental, que atingiu as áreas do Turismo, da Educação, Juventude e Desportos, bem como da Ciência e Tecnologia, além dos governadores das províncias de Sofala, Tete, Nampula e Zambézia.
 
O novo primeiro-ministro moçambicano, Alberto Vaquina, é um médico formado em Portugal que, desde 2010, governava a província de Tete, no centro, onde se encontram das maiores reservas mundiais de carvão.
 
Imprensa moçambicana considera que Aires Ali mantém intactas hipóteses de chegar a Presidente
 
09 de Outubro de 2012, 09:31
 
Maputo, 09 out (Lusa) - A imprensa moçambicana aponta hoje a exoneração do primeiro-ministro Aires Ali como a grande mudança na remodelação governamental anunciada na segunda-feira, mas alguns jornais defendem que a sua saída não é o fim do sonho presidencial.
 
Aires Ali, no cargo de primeiro-ministro desde 2010, foi na segunda-feira exonerado pelo chefe de Estado, Armando Guebuza, e substituído pelo governador da província de Tete, centro de Moçambique, Alberto Vaquina.
 
Armando Guebuza, que é também chefe do Governo, tirou do executivo os ministros da Educação, Zeferino Martins, da Juventude e Desportos, Pedrito Caetano, e da Ciência e Tecnologia, Venâncio Massingue, bem como os governadores de Sofala, Carvalho Muária, e da Zambézia, Itai Meque.
 
Hoje, os jornais moçambicanos fazem todos manchete com a remodelação governamental, escolhendo as palavras "mudanças de vulto, surpresas e Governo remodelado", mas alguns mantêm intactas as possibilidades de Aires Ali poder substituir Armando Guebuza como candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) às presidenciais de 2014.
 
"Aires Ali abandonou o cargo de PM para evitar a exposição da sua imagem às críticas da imprensa e da sociedade. A exoneração seria uma forma de se resguardar para daqui a alguns anos concorrer à Presidência da República, pelo partido Frelimo", refere o diário eletrónico Canal de Moçambique.
 
O jornal defende que Aires Ali saiu fragilizado do X Congresso da Frelimo recentemente realizado em Pemba, ao não conseguir a eleição para a Comissão Política, o verdadeiro órgão que governa o país, mas realça que "há quem defenda que a sua saída do cargo de primeiro-ministro não acaba com a possibilidade de vir a candidatar-se à Presidência da República", refere o Canal de Moçambique.
 
O Mediafax também considera que Aires Ali mantém sólidas as hipóteses de vir a candidatar-se à Presidência da República e vê a sua exoneração como uma estratégia da Frelimo para protegê-lo e depois relançá-lo para outros desafios.
 
"Com muita insistência se coloca a hipótese de a Frelimo estar a jogar estrategicamente no sentido de proteger e limpar alguns pecados da vida público-governativa de Aires Ali", enfatiza o jornal.
 
Já o diário O País tem outro tom e descreve Aires Ali como "o mais penalizado de todos os exonerados" e diz que "antes do Congresso de Pemba tinha a passadeira para a Ponta Vermelha praticamente estendida a seus pés".
 
"Era visto como o candidato mais bem posicionado para suceder a Armando Guebuza na Presidência da República, já em 2014, contudo, em duas semanas, tudo mudou", realça o jornal.
 
A substituição de Armando Guebuza na Ponta Vermelha, a residência dos presidentes moçambicanos, é o tema do momento, uma vez que o chefe de Estado está constitucionalmente impedido de concorrer a um terceiro mandato.
 
O congresso da Frelimo, realizado no final de setembro, não abordou a sucessão mas, ao manter Guebuza na liderança do partido, deu um sinal de que, no futuro, o país poderá ter uma dupla liderança.
 
Caberá ao comité central decidir quem será o candidato do partido às eleições presidenciais de 2014.
 
O principal diário do país, Notícias, pró-governamental, não faz qualquer comentário à remodelação, noticiando a troca de cadeiras em manchete.
 
PMA // VM.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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