i online - Lusa
O antigo presidente
da República, Mário Soares, considerou hoje que “o governo está moribundo e
ninguém o toma a sério”, num artigo assinado no Diário de Notícias, onde pediu
uma intervenção do atual chefe de Estado, Cavaco Silva.
“Aproxima-se o momento
em que não pode continuar a fazer discursos vazios e que será obrigado a tomar
decisões. A não ser que se demita também”, afirmou Mário Soares num artigo de
opinião assinado no DN sob o título “Uma semana difícil”.
Considerando que o
governo está moribundo e que já ninguém o leva a sério, o antigo presidente
acredita que nesta altura, mais do que eleições, Portugal precisa de um novo
primeiro-ministro.
“Sou democrata e
sei bem que não há democracia sem eleições. Mas há momentos em que as eleições
não se justificam porque não resolverão nada e podem antes complicar muito a
situação”, assinalou.
Como exemplo, Mário
Soares apontou o caso da Itália, onde o presidente da República, Giorgio
Napolitano, substituiu o ex-primeiro-ministro Sílvio Berlusconi pelo chefe de
governo atual, Mário Monti.
“Conseguiu, com a
habilidade política e a inteligência que toda a gente lhe reconhece, ver-se
livre de Berlusconi e nomear um primeiro-ministro, Mário Monti, com o acordo do
parlamento, mas sem eleições”, explicou.
No mesmo texto,
Mário Soares criticou o silêncio de Paulo Portas, ministro dos Negócios
Estrangeiros, exigindo a sua demissão.
“Portas, por mais
que goste de ser ministro, e ao que parece gosta muito, não pode continuar a
sê-lo, sem perda total da sua dignidade e prestigio. Deve demitir-se quanto
antes. As sondagens mostram o seu partido a descer abaixo do PCP e do Bloco de Esquerda
e ele próprio, antes tão popular, a descer igualmente nas sondagens”, destacou.
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