terça-feira, 13 de novembro de 2012

Brasil: SENHORES DO STF, ONDE ESTAVAM NA DITADURA?

 


Emir Sader – Carta Maior, em Blog do Emir
 
O STF faz o Brasil se sentir constrangido pelo seu Judiciário, pela não observância da Lei Penal e da Jurisprudência consolidada da Corte, pelo exibicionismodos juízes que o compõem.

Um país em que ainda sobrevivem tantos vestígios da ditadura – o período mais brutal da sua história – deveria ter um STF cujos membros deveriam ter tido notável atuação na luta contra a ditadura, que tivesse tido a coragem de jogar sua vida na luta pela democracia

Nada disso acontece. Os brasileiros não têm conhecimento de onde estavam esses senhores quando os melhores brasileiros jogavam o melhor que tinham contra a ditadura e pela democracia.

Esses senhores acham que, se por acaso José Dirceu e Genoino quisessem fugir, teriam necessidade de passaporte? Esses senhores que envergonham o Brasil confirmam que não tem ideia do que é a luta clandestina contra a ditadura. Certamente viviam suas vidas, enquanto outros se jogavam contra o arbítrio, contra o Estado de terror que prendia,torturava, assassinava a tantos brasileiros.

Podem ficar com os passaportes, senhores juízes do STF, o que nao podem tirar é a dignidade de quem lutou contra a ditadura enquanto os senhores gozavam das suas vidas nos seus trabalhos profissionais, no recôndito das suas famílias, do seu conforto familiar, guardando a dignidade que tivessem nos cofres bancários.

Podem tomar lições dos que lutaram contra a ditadura com a Presidenta Dilma, basta rever a resposta dela para o prócer da ditadura, Agripino Maia, no Congresso. Aí poderão aprender um pouco o que é dignidade, aprender como não é com passaportes que se defende a democracia, que se luta contra os que foram coniventes com a ditadura, por ação ou por omissão.

Fiquem com os passaportes. A dignidade dos que lutaram contra a ditadura, ninguém tira nem tirará jamais.
 

6 comentários:

Anónimo disse...

O José Dirceu não precisa de passaporte. Basta atravessar a fronteira com a Venezuela, para ficar por lá ou se mudar para Cuba.

De fato, nenhum desses "Santos" precisam de passaportes, eles conhecem formas bem eficientes para fugirem.

Anónimo disse...

O PT só aceita a lei quando esta o absolve. Se o condena, é lei injusta.

Anónimo disse...

PARTE 1

Sintomático é o desabafo de Zé Dirceu em seu blog. Considera-se no mínimo um injustiçado:

“Dediquei minha vida ao Brasil, à luta pela democracia e ao PT. Na ditadura, quando nos opusemos colocando em risco a própria vida, fui preso e condenado. Banido do país, tive minha nacionalidade cassada, mas continuei lutando e voltei ao país clandestinamente para manter nossa luta. Reconquistada a democracia, nunca fui investigado ou processado. Entrei e saí do governo sem patrimônio. Nunca pratiquei nenhum ato ilícito ou ilegal como dirigente do PT, parlamentar ou ministro de Estado. Fui cassado pela Câmara dos Deputados e, agora, condenado pelo Supremo Tribunal Federal sem provas porque sou inocente”.

Anónimo disse...

PARTE 2

Luta pela democracia é como Zé Dirceu chama sua tentativa, junto a outros celerados, de transformar o país em uma grande Cuba. Este era o objetivo da guerrilha da época, e não a democracia. Fosse a luta pela democracia, não seria Cuba quem lhe daria asilo. É de perguntar-se porque tão impoluto personagem abandonou voando a Casa Civil. Não foi nenhum político de oposição que ordenou "Sai rápido daí, Zé!". Foi Roberto Jefferson, presidente de partido aliado do PT. Sua ordem não admitiu tergiversações. Não passaram 48 horas e o Zé se esvanecia como fumaça ao vento.

Bastaram quatro palavrinhas para demitir a Eminência Parda do governo. É óbvio que atrás das quatro palavrinhas havia uma mensagem cifrada, cujo sentido, a nós, pobres mortais, não foi dado entender. Só o presidente e seu todo-poderoso ministro o captaram. E o captaram rapidinho.

Anónimo disse...

PARTE 3

O PT não respeita leis, dizia. Nem mesmo as que o partido elabora. Diz o artigo 231 de seu estatuto sobre a expulsão de seus membros: quando houver "inobservância grave da ética" ou "improbidade no exercício de mandato parlamentar ou executivo, bem como no de órgão partidário ou função administrativa".

No final do mês passado, por ocasião das condenações de Zé Dirceu e Genoíno, o presidente do partido, Rui Falcão, descartou qualquer possibilidade de expulsão destes senhores. Expulsá-los seria reconhecer a sentença do STF e que a compra de parlamentares existiu, coisa que o PT não admite.

Resta agora saber se o glorioso Exército Nacional terá a coragem de cumprir suas regras. José Genoíno recebeu a Medalha do Pacificador. O Decreto nº 4.207, de 23 de abril de 2002, que regulamenta a concessão desta honraria, em seu artigo 10 prescreve: perderá o direito ao uso da Medalha do Pacificador e será excluído da relação de agraciados o condecorado nacional ou estrangeiro que: a) tenha sido condenado pela Justiça do Brasil, em qualquer foro, por sentença transitada em julgado, por crime contra a integridade e a soberania nacionais ou atentado contra o erário, as instituições e a sociedade brasileira; c) tenha praticado atos pessoais que invalidem as razões da concessão, a critério do Comandante do Exército.

Anónimo disse...

FINAL

PT à parte, esperava-se uma punição severa para os mentores da compra de parlamentares. Receberam uma leve repreensão. Claro que a condenação significa uma caput diminutio, e não só dos réus. Que, afinal de contas, eram “os homens do presidente”. O PT confia na memória curta das gentes. Daqui a três ou quatro, tudo não terá passado de uma piada de salão, como dizia Delúbio Soares.

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