Soares envia carta
aberta a Passos pedindo que se demita
TSF
Numa carta aberta
ao primeiro-ministro, Mário Soares e outras 80 personalidades dizem que Passos
Coelho deve «retirar consequências políticas» e demitir-se se não mudar de
políticas.
Mário Soares e
outros signatários de um carta aberta ao primeiro-ministro exigem que Pedro
Passos Coelho mude de políticas e que, caso não o faça, deverá demitir-se.
Nesta missiva, os
signitários pedem a Passos Coelho que «altere, urgentemente, as opções
políticas que vem seguindo, sob pena de, pelo interesse nacional, ser seu dever
retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao
Senhor Presidente da República».
Na carta, enviada
também ao Presidente da República, o chefe do Governo é também lembrado que o
país foi «inventariado até à exaustão» na preparação do acordo com a troika
ainda antes das últimas eleições legislativas.
Por esta razão,
lembram estes signitários «nenhum candidato à liderança do Governo podia invocar
desconhecimento sobre a situação existente» para aplicar políticas que
«excederam em muito» o programa eleitoral com que PSD e CDS se apresentaram a
eleições.
«Os eleitores foram
intencionalmente defraudados. Nenhuma circunstância conjuntural pode justificar
o embuste», acrescenta a missiva, que fala também no desmantalemanto das
funções básicas do Estado e na alienação imponderada de empresas estratégicas.
A carta alude ainda
ao corte impiedoso nas pensões e reformas, nas reduções de salários, ao
incentivo à emigração, ao crescimento incomportável do desemprego e a
capitulação do país perante a lógica neo-liberal dos mercados.
Os signatários
acusam ainda o Governo de usar de «fanatismo cego», de recusar as evidências e
de fazer caminhar o país para o abismo e classificam o Orçamento de Estado de
«iníquo, injusto e socialmente condenável, com normas de duvidosa
constitucionalidade».
Para além de Mário
Soares, esta carta é ainda assinada por outras cerca de 80 personalidades entre
as quais estão o filósofo Eduardo Lourenço, o arquiteto Siza Vieira, o teólogo
Frei Bento Domingues e os generais Pires Veloso e Lemos Ferreira, bem como
Carvalho da Silva, antigo líder da CGTP.
Entre outras
personalidades que assinam esta missiva encontram-se Eduardo Ferro Rodrigues,
Fernando Rosas, Daniel Oliveira, Júlio Pomar, Lídia, Jorge, Valter Hugo Mãe,
Pilar del Rio e Maria de Medeiros.
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