Fabíola Maciel e Félix
Ribeiro – Expresso, foto Daniel Rocha
Trabalhadores
portugueses e europeus juntam-se contra nova lei dos portos
Centenas de
trabalhadores portuários portugueses e estrangeiros rebentaram, nesta
quinta-feira, vários petardos em frente à Assembleia da República.
Após três meses de
paralisações sucessivas, os estivadores estão concentrados em frente à
escadaria da Assembleia da República. O protesto acontece no dia em que será
votada a nova lei do trabalho portuário.
Aos estivadores
portugueses da Frente Comum juntaram-se, esta quinta-feira, trabalhadores
portuários de oito países europeus contra uma lei que é vista como “um balão de
ensaio” para uma reforma portuária ao nível da União Europeia.
Os estivadores
protestam contra um novo regime do trabalho portuário que, alegam, vai resultar
na "precarização e instabilidade" dos actuais postos de trabalho nos
portos. Para além da limitação das funções que podem ser desempenhadas hoje
pelos estivadores, a nova lei do Governo insere um tecto máximo de 250 horas de
trabalho extraordinário por ano.
Vítor Dias,
presidente do sindicato de estivadores do Centro e Sul, garantiu que “qualquer
que fosse o resultado” da votação parlamentar, “os estivadores vão continuar em
luta”. Espera-se que a maioria parlamentar aprove a nova lei, não estando ainda
clara a intenção de voto do Partido Socialista.
Desde a Praça do
Município até São Bento, as ruas de Lisboa foram “pintadas” por coletes
amarelos e laranja fluorescentes. Ao longo do desfile foram rebentadas dezenas
de petardos e à chegada ao Parlamento três cordas de explosivos foram
rebentadas sob o olhar de duas dezenas de polícias. Ao lado e à parte da
manifestação dos estivadores está um grupo de empresários de diversão, que
esteve durante a manhã também em protesto.
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