Presidente do
parlamento da Guiné-Bissau lembra que governo de transição não foi eleito
06 de Dezembro de
2012, 17:48
Bissau, 06 dez
(Lusa) - O presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, Ibraima Sory Djaló lembrou
hoje aos membros do governo de transição que não foram eleitos pelo povo, ao
contrário dos deputados.
"Se este
governo entende que por não ser de legislatura vai penalizar o Parlamento, isso
pode custar-lhe caro. Isso que fique claro, porque não estamos aqui numa
brincadeira. Este governo não foi eleito, enquanto nós (deputados) fomos
eleitos pelo povo deste país", notou Sory Djaló.
O presidente do
parlamento guineense fez a advertência ao responder a uma interpelação de um
deputado da bancada maioritária sobre o facto de a Rádio Nacional (emissora
estatal) não estar a cobrir os trabalhos da sessão plenária do Parlamento.
"Há pessoas
que lutaram para derrubar este Parlamento mas que não o conseguiram, mas agora
querem tentar outras vias. Estejamos preparados. As leis deste país são feitas
nesta casa. Que cada um assuma as suas responsabilidades. Isto é claro. Já
estou a perceber o que certas pessoas andam a tramar contra este
Parlamento", afirmou Djaló, sem especificar de quem falava.
As afirmações de
Sory Djaló seguiram-se à intervenção do deputado Lúcio Rodrigues do Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que firmou que há uma
atitude deliberada da Rádio Nacional em não transmitir os debates no
Parlamento.
"No âmbito do
serviço público, a Rádio e a Televisão têm a obrigação de cobrir todos os
assuntos de que o povo deve ser informado. A lei diz que a Rádio Nacional é
obrigada a cobrir todos os trabalhos em sessão plenária do Parlamento, mas isso
não tem estado a acontecer", disse Lúcio Rodrigues.
O deputado Soares
Sambu, também do PAIGC, invocou o regimento parlamentar para esclarecer que só
em dias de debates do programa do Governo ou Orçamento Geral de Estado é que a
Rádio Nacional deve dar uma cobertura integral dos trabalhos no Parlamento.
A Guiné-Bissau está
a ser gerida por um governo de transição na sequência de um golpe de Estado
ocorrido em abril passado. A Assembleia Nacional esteve diversos meses parada
por desentendimento entre os dois maiores partidos, o PAIGC e o Partido da
Renovação Social (PRS), que finalmente se entenderam no mês passado.
Sory Djaló pertence
ao PRS, o maior partido da oposição.
MB //JMR.
Quase metade da
população de Bafatá, na Guiné-Bissau, com água graças a ONG portuguesa
06 de Dezembro de
2012, 15:26
Bissau, 06 dez
(Lusa) - Uma organização não-governamental (ONG) portuguesa, TESE, apoiou o
abastecimento de água potável para quase metade da população da cidade de
Bafatá, leste da Guiné-Bissau e inicia este mês a expansão do projeto, que irá
até 2014.
O projeto
"Bafatá misti iagu" (Bafatá quer água) começou há dois anos e graças
a ele agora cerca de 45 por cento da população da cidade tem acesso fácil e
seguro a água potável.
De acordo com a
ONG, hoje 13.375 pessoas de Bafatá, dos 28 mil habitantes, têm acesso a água.
David Afonso,
coordenador do projeto, disse hoje à Lusa que a primeira fase terminou em junho
e que a segunda fase começou em seguida com a parte de planificação. Na próxima
semana chega de Portugal uma equipa que vai pôr em prática a segunda fase, que
dura dois anos.
"A segunda
fase passa pela reabilitação e expansão da rede de abastecimento e pela
continuação do apoio à Associação de Saneamento Básico, Proteção da Água e
Ambiente de Bafatá", disse David Afonso à Lusa.
Na primeira fase,
foi reabilitada a rede de abastecimento e de captação de água e foram feitas 60
ligações domiciliárias (contra as 11 que existiam antes, em condições
deficientes). Foram construídos também pontos de abastecimento de água
espalhados pela cidade.
Foi feita também,
disse David Afonso, a capacitação técnica da organização local que está agora a
gerir o abastecimento de água à cidade.
O projeto foi
concebido pelo programa Engenheiros Sem Fronteiras, da TESE. A primeira fase
custou 436 mil euros, a maior parte financiada pela União Europeia. Teve também
o apoio da cooperação portuguesa e da Fundação Calouste Gulbenkian e ainda da
EPAL (Empresa Portuguesa das Águas Livres).
A TESE é uma
organização não-governamental para o desenvolvimento criada em 2002. O programa
Engenheiros Sem Fronteiras é a unidade da TESE dedicada ao desenvolvimento
internacional e focada nas áreas de água, saneamento, energia, resíduos,
agricultura e tecnologia.
Na localidade de
Bambadinca, também no leste da Guiné-Bissau, a TESE desenvolveu um projeto de
produção e distribuição de energia elétrica.
FP // VM.
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