SBR – PGF - Lusa
O número de vítimas
mortais do grupo armado e encapuzado que entrou a atirar num bar da cidade de
São Paulo, no Brasil, aumentou para sete, com testemunhas oculares a falarem em
alteração da cena do crime.
Pelo menos 14
pessoas armadas e encapuzadas entraram num bar de Campo Limpo, bairro da
populosa zona sul de São Paulo, disparando pelo menos 50 tiros contra uma mesa
em que se encontravam nove pessoas, seis das quais morreram de imediato.
A sétima vítima
faleceu mais tarde, já no Hospital do Campo Limpo, onde permanecem internadas
as restantes duas pessoas que estavam à mesa. De acordo com o jornal brasileiro
Folha de São Paulo, não há informações sobre o estado de saúde dos dois
feridos.
Entre as vítimas
mortais estará, de acordo com testemunhas oculares, Paulo Batista do
Nascimento, que, há dois meses, filmou, clandestinamente, o momento em que um
grupo de polícias agrediu e assassinou um servente de pedreiro rendido e
desarmado, na mesma rua onde se registou o crime desta madrugada, a 20 metros
do bar.
Paulo Batista do
Nascimento entregou posteriormente o vídeo à polícia e cinco agentes que
participaram no assassinato filmado foram detidos.
A polícia militar
brasileira confirmou inicialmente que Paulo Batista do Nascimento estava entre
as vítimas, mas a polícia civil e a Secretaria da Segurança Pública informaram
não dispor de indícios de que ele esteja entre os mortos.
Segundo testemunhos
citados pelas autoridades paulistas, o grupo de assassinos desceu de três
carros diferentes, gritando “polícia, polícia”.
Esta descrição é
uma das bases para que testemunhas oculares do crime apontem para a
possibilidade de o assassinato múltiplo ter sido cometido por agentes
policiais, na sequência do vídeo filmado por Paulo Batista do Nascimento.
Após o assassinato
múltiplo, pessoas que seguiam num veículo Corsa preto, chegaram ao local do
crime e recolheram as balas que estavam no chão e fecharam o bar, segundo disse
à TV Globo uma testemunha, que não quis se identificar.
A Secretaria da
Segurança Pública não confirmou esta informação, mas adiantou que a hipótese de
alteração da cena do crime está a ser investigada.
O governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin, considerou “precipitado” comentar um eventual
envolvimento de agentes policiais no crime, mas garantiu que “nenhuma hipótese
será descartada” e que "tudo vai ser investigado com profundidade, rigor,
até prender os criminosos”.
As primeiras
suspeitas da investigação apontavam para o Primeiro Comando da Capital (PCC),
grupo violento que nasceu nas prisões do estado de São Paulo e que, nos últimos
meses, tem semeado o medo na cidade.
Segundo a Folha de
São Paulo, registaram-se em 2012 mais de 15 massacres na região metropolitana
de São Paulo, causando a morte a mais de 50 pessoas.
De janeiro ao fim
de novembro de 2012, São Paulo somava 1.327 homicídios, 24,13 por cento a mais
do que o registado em todo o ano de 2011.
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