domingo, 6 de janeiro de 2013

Brasil: Vítimas mortais de assassinato em bar de São Paulo sobem para sete




SBR – PGF - Lusa

O número de vítimas mortais do grupo armado e encapuzado que entrou a atirar num bar da cidade de São Paulo, no Brasil, aumentou para sete, com testemunhas oculares a falarem em alteração da cena do crime.

Pelo menos 14 pessoas armadas e encapuzadas entraram num bar de Campo Limpo, bairro da populosa zona sul de São Paulo, disparando pelo menos 50 tiros contra uma mesa em que se encontravam nove pessoas, seis das quais morreram de imediato.

A sétima vítima faleceu mais tarde, já no Hospital do Campo Limpo, onde permanecem internadas as restantes duas pessoas que estavam à mesa. De acordo com o jornal brasileiro Folha de São Paulo, não há informações sobre o estado de saúde dos dois feridos.

Entre as vítimas mortais estará, de acordo com testemunhas oculares, Paulo Batista do Nascimento, que, há dois meses, filmou, clandestinamente, o momento em que um grupo de polícias agrediu e assassinou um servente de pedreiro rendido e desarmado, na mesma rua onde se registou o crime desta madrugada, a 20 metros do bar.

Paulo Batista do Nascimento entregou posteriormente o vídeo à polícia e cinco agentes que participaram no assassinato filmado foram detidos.

A polícia militar brasileira confirmou inicialmente que Paulo Batista do Nascimento estava entre as vítimas, mas a polícia civil e a Secretaria da Segurança Pública informaram não dispor de indícios de que ele esteja entre os mortos.

Segundo testemunhos citados pelas autoridades paulistas, o grupo de assassinos desceu de três carros diferentes, gritando “polícia, polícia”.

Esta descrição é uma das bases para que testemunhas oculares do crime apontem para a possibilidade de o assassinato múltiplo ter sido cometido por agentes policiais, na sequência do vídeo filmado por Paulo Batista do Nascimento.

Após o assassinato múltiplo, pessoas que seguiam num veículo Corsa preto, chegaram ao local do crime e recolheram as balas que estavam no chão e fecharam o bar, segundo disse à TV Globo uma testemunha, que não quis se identificar.

A Secretaria da Segurança Pública não confirmou esta informação, mas adiantou que a hipótese de alteração da cena do crime está a ser investigada.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, considerou “precipitado” comentar um eventual envolvimento de agentes policiais no crime, mas garantiu que “nenhuma hipótese será descartada” e que "tudo vai ser investigado com profundidade, rigor, até prender os criminosos”.

As primeiras suspeitas da investigação apontavam para o Primeiro Comando da Capital (PCC), grupo violento que nasceu nas prisões do estado de São Paulo e que, nos últimos meses, tem semeado o medo na cidade.

Segundo a Folha de São Paulo, registaram-se em 2012 mais de 15 massacres na região metropolitana de São Paulo, causando a morte a mais de 50 pessoas.

De janeiro ao fim de novembro de 2012, São Paulo somava 1.327 homicídios, 24,13 por cento a mais do que o registado em todo o ano de 2011.

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