MMT – MSF - Lusa
Maputo, 12 jan
(Lusa) - Os médicos moçambicanos prosseguem hoje o sexto dia de greve, sem uma
solução à vista, com o Governo e a Associação Médica de Moçambique (AMM) a
acusarem-se mutuamente de falta de abertura para solucionar o diferendo.
As partes envolvidas
no conflito terminaram, na madrugada de hoje, um encontro sem qualquer acordo
sobre o único ponto que os opõe e levou à paralisação das atividades dos
médicos na passada segunda feira: o aumento salarial.
Em declarações hoje
à Lusa, o presidente da AMM, Jorge Arroz, disse que pretende agora obter
garantias do primeiro-ministro moçambicano, Alberto Vaquina, sobre a questão
salarial, porque "há uma total desconfiança dos médicos em relação ao
Ministério da Saúde".
Segundo Jorge
Arroz, os membros da AMM consideram que um acordo apenas com o pelouro da Saúde
pode não trazer bons resultados para os médicos, porque o Ministério da Saúde
"não é a entidade competente para dar garantias devidas".
"Provavelmente
voltamos à estaca zero das negociações", disse Jorge Arroz, assinalando
que na segunda-feira os médicos voltam a reunir-se para concertar posições, no
entanto, "a greve prossegue".
Em contacto com a
Lusa, o porta-voz do Ministério da Saúde, Martinho Djedje, disse que "o
processo de negociação salarial depende de um calendário" e passa por
discussão na chamada "concertação social" entre o Governo, os
sindicatos e empregadores, que anualmente se reúnem, em abril, para debater o
aumento de salários, sobretudo, na função pública.
Nas unidades
sanitárias do país, nomeadamente o Hospital Central de Maputo, a maior do país,
a situação de atendimento aos pacientes continua "preocupante",
reconheceu Martinho Djedje.
"Com algum
sacrifício do pessoal que não aderiu à greve, as unidades sanitárias estão a
trabalhar. Por isso que apelamos aos médicos para que voltem ao serviço",
afirmou.
Martinho Djedje
afirmou que o Ministério da Saúde está "a trabalhar no sentido resolver o
problema" e que "está preocupado" com a situação nos hospitais.
Caso os médicos não
levantem a greve, "não sabemos o que vai acontecer no futuro", disse
o porta-voz do Ministério da Saúde de Moçambique.
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