Médicos militares e
aposentados moçambicanos substituem pessoal médico em greve
07 de Janeiro de
2013, 14:34
Maputo, 07 jan
(Lusa) - Um grupo de médicos militares e aposentados está a trabalhar no
Hospital Central de Maputo, a maior unidade de saúde de Moçambique, para suprir
a falta de pessoal médico que aderiu à greve hoje iniciada a nível nacional.
Na maior parte das
enfermarias do Hospital Central de Maputo, os serviços mínimos estão a ser
assegurados por alguns chefes de departamentos e médicos estrangeiros,
sobretudo de origem cubana e chinesa, afetos àquela unidade sanitária no âmbito
de uma parceira entre Moçambique e estes Estados.
A quase totalidade
dos médicos nacionais, pós graduandos e estagiários aderiram à greve convocada
pela Associação Médica Moçambicana, que exige um aumento salarial e melhoria
das condições de trabalho.
Também no Hospital
Geral José Macamo, arredores da capital moçambicana, os médicos estão a
assegurar os serviços mínimos no primeiro dia em que paralisaram as atividades,
decisão que o Governo considera ilegal.
O presidente da
Associação Médica de Moçambique, Jorge Arroz, disse hoje à Lusa que ainda está
em contacto com os seus colegas de outras províncias para saber o nível de
adesão à greve.
Falando aos
jornalistas, o ministro da Saúde moçambicano, Alexandre Manguele, garantiu que
as exigências dos médicos serão "com certeza" satisfeitas, mas
lembrou que se trata de um processo que não depende apenas do seu pelouro.
"Esta coisa de
mexer com salários não envolve apenas uma instituição, mas várias e há sempre
uma coisa que se diz hoje e outro argumenta", disse.
Alexandre Manguele
apelou "a todos os médicos que não estão a trabalhar para reconsiderarem a
sua atitude e retomarem o trabalho o mais rapidamente", porque o Hospital
Central de Maputo "está a ressentir-se da falta de pessoal".
A tabela salarial
dos médicos será revista "com certeza, mas não é só dos médicos. O governo
está a estudar formas de melhorar o quadro salarial dos trabalhadores da saúde
na sua generalidade", disse.
"Não cabe a
mim dizer isso (o prazo para o término dos trabalhos), mas eu vejo que este
trabalho está a ser feito. Não tenho competências para falar mais do que isso,
mas vejo que está a haver progresso. Acho que tem que haver confiança, tem que
se acreditar. Estou certo de que vai haver uma melhoria do salário em relação
àquilo que temos atualmente", disse Alexandre Manguele.
MMT // VM.
Governos distritais
em Moçambique estão a forçar médicos a trabalharem em dia de greve - associação
07 de Janeiro de
2013, 18:23
Maputo, 07 jan
(Lusa) - Médicos moçambicanos afetos a unidades sanitárias distritais
"estão a ser ameaçados e levados à força" para os postos de trabalho
pelos governos locais, denunciou hoje à Lusa o presidente da Associação Médica
de Moçambique, Jorge Arroz.
"Tivemos uma
adesão de 90 por cento a nível nacional e os médicos escalados para as
urgências fizeram-se ao trabalho", disse Jorge Arroz, assinalando que
"os médicos moçambicanos nos distritos estão a ser ameaçados e levados à
força" aos postos de trabalho.
"Que se
retirem as ameaças", apelou Jorge Arroz, quando falava à Lusa sobre o
balanço do primeiro dia da greve dos médicos moçambicanos que hoje teve inicio,
para exigir aumento salarial e melhores condições de trabalho.
O presidente da
associação de médicos denunciou ainda que também em Maputo e na Beira,
"médicos estagiários estão a ser chantageados: alguns professores ameaçam
chumbá-los caso não trabalhem".
Na maior parte das
enfermarias do Hospital Central de Maputo os serviços mínimos estão a ser
assegurados por alguns chefes de departamentos e médicos estrangeiros,
sobretudo de origem cubana e chinesa.
De acordo com Jorge
Arroz, a quase totalidade dos médicos generalistas moçambicanos, incluindo
estagiários, aderiram à greve e não compareceram no hospital.
As autoridades
sanitárias moçambicanas convocaram médicos militares e aposentados para
trabalharem no Hospital Central de Maputo, a maior unidade sanitária de
Moçambique, para suprir a falta de pessoal médico que aderiu à greve.
Segundo Jorge
Arroz, as negociações entre a Associação Médica e o governo moçambicano vão
recomeçar na terça-feira para clarificar o "único ponto" que ficou
pendente: a questão salarial.
"Aceitamos que
poderíamos conversar amanhã (terça feira) com o governo. Há uma abertura de
ambas as partes. Esperamos que possamos clarificar o único ponto que nos
prende: o salário", disse.
O ministro
moçambicano da Saúde disse hoje a jornalistas que a tabela salarial dos médicos
será revista "com certeza, mas não é só dos médicos" e que "o
governo está a estudar formas de melhorar o quadro salarial dos trabalhadores
da saúde na sua generalidade".
Reagindo, Jorge
Arroz disse que "o sentimento generalizado dos médicos é de não confiança
no Ministério da Saúde".
MMT //JMR.
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