O País (ao)
O representante da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em
Angola, Mamoudou Diallo, considerou nesta terça-feira, em Luanda, que o governo
de Angola tem feito muitos esforços e progressos económicos, sociais e
ambientais e particularmente no domínio da segurança alimentar, onde
recentemente reduziu em cerca de 50% o nível de malnutrição no país.
Mamoudou Diallo que
falava no workshop sobre ‘ Benefícios Económicos, Sociais e Ambientais das
Hortas Familiares em Angola’, uma realização da FAO, Ministério da Agricultura
e PNUD, referiu que ‘ a FAO e os demais parceiros sentem-se orgulhosos de terem
acompanhado Angola nesta batalha, está convencida que Angola atingirá
definitivamente e de maneira sustentável todos os objectivos de desenvolvimento
do milénio tendo em conta as tendências recentes e os compromissos assumidos
pelo governo angolano para seguir e avançar neste sentido’.
O representante da
FAO em Angola, Mamoudou Diallo, disse igualmente que ‘muitas cidades em
Angola e em todo o mundo estão a enfrentar um fenómeno de urbanização muito
rápido. Para melhorar o equilíbrio económico, social e ambiental das cidades, a
FAO está a integrar o desenvolvimento da agricultura familiar e horticultura
urbana e periurbana que é única como meio de combate a pobreza e a malnutrição
urbana’. ‘Em Angola a agricultura agricultura familiar e a agricultura urbana
são vistas como actividades chaves da sobrevivência e no desenvolvimento social
das populações, em Luanda e outras cidade de Angola’, disse para sublinhar que
‘o projecto-piloto de agricultura urbana que está na segunda fase é uma
experiencia única em Angola.
O objectivo é contribuir para a segurança alimentar
nutricional, melhorar a qualidade de vida da população através da criação de
hortas familiares, beneficiando as camadas mais vulneráveis da população,
enriquecendo a dieta familiar, gerando renda adicional concreta para estas
mesmas famílias com venda de excedente da produção, promovendo tecnologias
sustentáveis, utilizando os recursos naturais, e insumos e ao mesmo tempo que
respeita o conhecimento, as tradições, o ambiente local e promove a equidade do
género’.
FOME REDUZIDA A
MAIS DE 55% EM 2012
Na abertura do
encontro, o secretário de Estado da Agricultura, José Amaro Taty, destacou que
‘os resultados atingidos pelo governo angolano em termos de redução e combate a
pobreza e malnutrição são enormes desde que o país vive em paz’. ‘ A
agricultura familiar, suporte da nossa política agrícola, é a base para
permitir a produção de alimentos de elevado valor nutricional em zonas urbanas
e peri-urbanas utilizando pequenos materiais reciclados e usando métodos limpos
e eficiente. Esta ferramenta poderá contribuir rapidamente para o aumento da
produção de hortícolas e legumes saudáveis para a melhoria da dieta das
famílias sobretudo as mais vulneráveis através do acesso económico e ambiental
sustentável de alimentos de origem vegetal’, sublinhou.
O secretário de
Estado da Agricultura, José Amaro Tati, disse igualmente que as experiências
realizadas pela FAO em vários países do mundo indicam que a agricultura
familiar permite que além de garantir uma base aceitável para o autoconsumo,
aumentar as receitas familiares através da venda de produtos de alta qualidade
e livres de agroquímicos indispensáveis a agricultura de grande escala mais
evitais na agricultura familiar. ‘ A parceria com a FAO e com o governo de
Angola em Geral, marca com este evento e com este projecto um grande momento,
aumentado e reforçando a luta contra a pobreza e a erradicação da fome’,
salientou, tendo indicando que Angola já atingiu no final do ano passado os
objectivos do desenvolvimento do milénio, chegado a uma redução da fome a mais
de 55% em 2012, sendo que a meta seria de 50% em 2015. ‘ Temos ainda três anos
pela frente para consolidar e aumentar os resultados atingidos podendo
posicionar o nosso país entre os países que atingiram este objectivo e que
inscreveram e se inscrevem no quadro global do nosso país iniciado pelo nosso
governo. Acredito que vamos ter que fazer esforços, porque não só atingir a
meta, interessa sim cada vez crescermos e naquilo que são os nossos objectivos
temos que produzir para alimentar o nosso povo e espreitar para a necessidade
de exportarmos na periferia do nosso país e darmos alimentos para o resto do
mundo consumir’, destacou.
HORTAS FAMILIARES
REDUZEM MALNUTRIÇÃO
O representante do
PNUD no encontro, Roque Gonçalves disse que este projecto sobre horticultura
urbana para a redução da pobreza e a subnutrição é uma das iniciativas do PNUD
e da FAO que tem um financiamento da cooperação espanhola. ‘É um projecto que
visa a criação de hortas familiares, o que ira contribuir grandemente para a
redução da malnutrição e o aumento de rendimentos das nossas famílias. Se nós
estivermos as nossas donas de casas a produzir dentro dos quintais obviamente
elas vão poder ter um aumento dos suprimentos de alimentos, um aumento dos seus
rendimentos’, referiu.
O Workshop
subordinado ao tema ‘Benefícios económicos, sociais e ambientais das hortas familiares
em Angola’, teve como prelector o especialista em Hortas familiares, César
Hernan Marulanda, consultor internacional da FAO de alto nível para a
agricultura urbana e peri-urbana na América Latina, Caribe e África, que
abordou a experiência da produção de alimentos de elevado valor nutricional em
zonas urbanas e peri-urbanas utilizando pequenos espaços, materiais reciclados
e usando métodos de cultivo limpos e rápidos.
Esta ferramenta
poderá rapidamente contribuir para o aumento da produção de hortícolas e
legumes saudáveis para a melhoria da dieta alimentar das famílias, sobretudo as
mais vulneráveis através do acesso económica e ambientalmente sustentável a
alimentos de origem vegetal.
Trata-se de uma
iniciativa de grande importância para o desenvolvimento sustentável e
equilibrado do país e está inserido no quadro do projecto ‘Horticultura urbana
e periurbana para reduzir a pobreza e a desnutrição em Angola’ financiado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD e implementado em conjunto
pelos parceiros governamentais (MINAGRI, MINARS, MINFAMU) e a sociedade civil,
com a assistência técnica da FAO.
12 MIL FAMÍLIAS
BENEFICIAM DO PROJECTO
Terá ainda hortas
familiares, que serão monitoradas pela ADPP, que irão abranger cerca de 1000
mulheres e, cingindo-se à área de Calumbo, em Viana. A escola
profissional de Cabiri, que conta com 220 estudantes, incluindo meninas, também
vai ser contemplada, e ainda no Kilamba-Kiaxi, o centro Arnaldo Jassem e o Lar
de terceira idade Beiral. Espera-se que com o projecto traga um impacto
positivo, permitindo a redução das despesas com a alimentação e aumentando a
renda através da venda de frutos e vegetais e ainda a prática de modelos de
horticultura e hortas familiares.
Hermenegildo
Tchipilica
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