FP – SB - Lusa
Bissau, 28 abr
(Lusa) - O Presidente da transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, garantiu
hoje que as eleições gerais do país serão ainda este ano.
"Este ano
haverá eleições", disse o Presidente respondendo a perguntas dos
jornalistas no aeroporto de Bissau, no dia em que regressou ao país após mais
de um mês ausente, por motivo de doença.
A comunidade
internacional tem sido unânime em exigir a formação de um governo inclusivo e a
divulgação de uma agenda de transição, que contemple a realização de eleições
ainda este ano. Alguns políticos e as chefias militares têm defendido eleições
só em 2014.
"Antes de a
comunidade internacional exigir nós já tínhamos dito que a inclusão será
apanágio da nossa orientação, haverá um governo de inclusão no qual todas as
forças poderão contribuir", garantiu Serifo Nhamadjo.
O Presidente não
fixou uma data mas disse que o novo governo está para "breve".
"Deem-me tempo para beber um copo de água, reunir-me com todos os
responsáveis, com todas as forças vivas, para depois me pronunciar",
disse, acrescentando acreditar que se os guineenses conseguirem consenso a "comunidade
internacional será chamada a participar", apoiando a realização das
eleições.
Serifo Nhamadjo
partiu a 20 de março para a Nigéria, numa viagem programada para ser rápida e
destinada a consultas com o seu homólogo Goodluck Jonathan. Na altura da
partida disse que já havia consenso quanto à agenda do período de transição.
A ausência de
Serifo Nhamadjo acabaria por se prolongar por 40 dias, tendo viajado da Nigéria
para a Alemanha para fazer tratamento médico. Na Alemanha, disse hoje, esteve
sempre entre o hotel e o hospital. Regressou a Abuja (Nigéria) na passada
sexta-feira, "para agradecer ao Presidente Jonathan", e hoje voltou a
Bissau.
A prolongada
ausência, e a falta de informações detalhadas sobre a sua saúde, levaram a
muitas especulações em Bissau que hoje Nhamadjo classificou de saídas "da
cabeça dos imaginários" e de "visionários que pensam em coisas e as
traduzem numa realidade".
Para Serifo
Nhamadjo tais especulações são normais, porque há sempre quem "deseja e
pense mal" de qualquer Presidente, mesmo os "mais democraticamente
eleitos", e por isso inventa situações.
Serifo Nhamadjo,
visivelmente debilitado, afirmou-se feliz por estar de regresso e agradeceu
todas as manifestações de solidariedade que foi recebendo nos últimos 40 dias,
acrescentando que perdoa aos que nesse tempo lhe desejaram mal.
"Já estou
pronto para dar a minha contribuição", disse Serifo, que chegou a Bissau a
bordo de um avião da Força Aérea da Nigéria.
Quanto à prisão do
antigo chefe da marinha Bubo Na Tchuto, pelos Estados Unidos, que também
acusaram o atual chefe das Forças Armadas, António Indjai, de envolvimento em
tráfico de droga e de armas, Serifo Nhamadjo não fez comentários.
"Estive em
tratamento, vou reunir-me com os responsáveis para ter mais detalhes e a partir
daí fazer o meu juízo", justificou.
A Guiné-Bissau vive
um período de transição desde o ano passado, na sequência de um golpe de Estado
a 12 de abril. O período de transição deveria terminar em maio mas foi
prolongado até ao final do ano.
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