Polícia moçambicana
desarmou guardas da Renamo em Manica
02 de Maio de 2013,
09:31
Chimoio, 02 mai
(Lusa) - A polícia moçambicana desarmou 15 ex-guerrilheiros afetos à guarda
presidencial do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, por "tarefas
desviadas" quando escoltavam o secretário-geral do partido em Manica,
centro do país, disse hoje à Lusa fonte oficial.
Francisco Almeida,
comandante provincial da polícia em Manica, disse que os guardas são para
"exclusiva protecção" do líder da oposição da Resistência Nacional de
Moçambique (Renamo), segundo determina o Acordo Geral de Paz, pelo que estavam
a ser "usados" fora do previsto ao acompanharem Manuel Bissopo.
"Decorreu a
operação de desarmamento dos homens da Renamo, armados e uniformizados, que
circulavam sob alegação de estar a proteger o secretário-geral do partido. O
que está preconizado é que a única figura que tem por obrigação andar com os
seus homens armados é o líder Afonso Dhlakama, dai que tivemos que repor a
ordem", disse Francisco Almeida, garantido não ter havido resistência e
troca de tiros.
Da operação, que
ocorreu por volta das 17 horas de quarta-feira num estabelecimento hoteleiro
nos arredores de Chimoio, a capital de Manica, foram recuperadas seis armas AKM
(com 168 munições) e uma pistola (quatro munições). Os homens estão detidos na
primeira esquadra da polícia.
"Evitámos que
a operação ocorresse num lugar público, porque ia perturbar a ordem
pública", precisou Francisco Almeida, assegurando que as armas e as
respectivas munições serão devolvidas ao quartel general da Renamo.
A polícia reafirmou
não pretender impedir o trabalho do secretário-geral da Renamo, que desde
segunda-feira visita a província de Manica para "planificar os próximos
dias", que vão confluir com o boicote às eleições autárquicas de 20 de
novembro e as gerais de 2014, enquanto "não haver consenso" sobre o processo
de arbitragem e controle.
Em declarações à
Lusa, Francisco Chaterera, o capitão do quartel-general da Renamo, disse que o
"desarmamento foi pacífico" por terem recebido ordens do líder do
partido, Afonso Dhlakama, para não disparar em qualquer situação.
"Nós
cumpríamos a missão do partido para acompanhar o secretário-geral. Então, a
polícia chegou e pediu para falar com o comandante, e de repente um agente da
polícia entrou no quarto onde estava o secretário-geral. Foi aí que ordenei
para entregar as armas como estavam a pedir, porque além de que a policia ser
em maior número, fomos proibidos de disparar", contou Francisco Chaterera.
No entanto,
Francisco Chaterera disse terem sofrido agressões da policia durante a
operação, e até ao princípio da tarde de quinta-feira não haviam tomado nenhuma
refeição desde que foram detidos, na quarta-feira.
AYAC // APN
PR moçambicano
desdramatiza alegada infiltração de membros da Frelimo em órgãos eleitorais
02 de Maio de 2013,
09:52
Maputo, 02 abr
(Lusa) - O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, desdramatizou a polémica
sobre a alegada infiltração de membros do seu partido nos órgãos eleitorais sob
a capa da sociedade civil, porque "seria perigoso" excluir membros da
sociedade civil dos partidos.
A composição dos
órgãos eleitorais que vão supervisionar as eleições autárquicas de outubro
próximo e gerais de 2014 em Moçambique estão envoltas em polémica, devido ao
ingresso de membros da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no
poder, nessas entidades nas vagas destinadas a organizações da sociedade civil.
Confrontado na
quarta-feira sobre a credibilidade dos órgãos eleitorais por causa da
infiltração de quadros da Frelimo, o chefe de Estado moçambicano e presidente
do partido no poder, Armando Guebuza, minimizou a controvérsia, considerando
que "seria perigoso" para a democracia que figuras da sociedade civil
fossem barradas de militar em partidos políticos.
"Dá impressão
de que quem é membro da Frelimo não pode ser membro da sociedade civil, está
vetado aos membros da Frelimo serem membros da sociedade civil. Eu penso que
isso é retirar direitos aos cidadãos, os membros da sociedade civil, sim
senhor, podem ser membros de qualquer partido", enfatizou o chefe de
Estado moçambicano.
A alegada
infiltração de membros da Frelimo nos órgãos eleitorais moçambicanos é uma das
razões para as ameaças de boicote às próximas eleições por parte do principal
partido da oposição, a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo).
PMA // APN
Sem comentários:
Enviar um comentário