JSD - APN - Lusa
Cidade da Praia, 02
mai (Lusa) - As empresas portuguesas Mota Engil, Tecnovia e Luís Frazão viram
oficializadas pelo Governo cabo-verdiano as obras dos projetos de ordenamento
das bacias hidrográficas de Ribeira da Torre e Alto Mira (Santo Antão) e Ribeira
Prata (São Nicolau).
As três obras estão
orçadas em 874 mil contos (7,92 milhões de euros) e são financiadas pelo Banco
Árabe para o Desenvolvimento Económico em África (BADEA), tendo 15 meses como
prazo de conclusão.
As três empresas
portuguesas, em parceria com a cabo-verdiana CVC, venceram o concurso
internacional e começaram, a montar os respetivos estaleiros em janeiro,
aguardando pela formalização dos contratos, que foram publicadas terça-feira no
Boletim Oficial.
Em São Nicolau, a
Mota Engil vai executar o ordenamento da Bacia Hidrográfica da Ribeira Prata,
que prevê a construção de 20 reservatórios (entre 50 e 500 m3 ), 30 diques de
correção torrencial e 10 de captação, bem como 11 quilómetros de
adução de água e um espelho de captação/barragem subterrânea.
Todas estas
intervenções estão avaliadas em cerca de 181 mil contos (1,64 milhões de
euros).
Na Ribeira da
Torre, em Santo Antão, o consórcio Mota Engil/Luís Frazão vão construir 30
diques de correção torrencial, 11 de captação e muros de proteção, bem como
nove reservatórios para armazenar água e oito quilómetros de rede de irrigação,
obras orçadas em 243 mil contos 2,2 milhões de euros).
Em Alto Mira,
também em Santo Antão, o consórcio CVC/Tecnovia terá de construir 30 diques de
correção torrencial, 14 de captação, uma barragem subterrânea, um muro de
proteção, 36 reservatórios e 13 quilómetros de redes de irrigação,
intervenções no montante de 250 mil contos (2,26 milhões de euros).
Além do
financiamento do BADEA, Portugal disponibilizou também uma linha de crédito de
100 milhões de euros para a construção de mais 15 barragens em todo o
arquipélago, obras que, depois de concluídas, permitirão evitar a perda anual
de mais de 800 milhões de metros cúbicos da água das chuvas.
A captação de água
permitirá aumentar a superfície irrigada de um arquipélago onde só chove entre
julho e setembro, permitindo o desenvolvimento de setores como a agricultura e
pecuária, entre outros.
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