Huíla: Polícia
prende professores em greve
Teodoro Albano –
Voz da América - 30.04.2013
Dias de greve serão
descontados nos ordenados, avisa o governo
O segundo dia de
greve dos professores na Huíla fica marcado por duas detenções efectuadas pela
polícia nacional.
Os professores Paulo Jamba Simão e Albino Daniel foram interpelados e
recolhidos para o comando municipal da corporação, depois de terem tentado
questionar sobre o porquê dos inspectores da educação, terem arrancado os
panfletos a dar conta do estado de greve no Instituto Médio de Economia no
Lubango, IMELUB.
O secretário provincial do SINPROF na Huíla, João Francisco, questiona a
atitude da polícia e não vê razão para tal comportamento;
“Não sei o que é que se passa até aqui não temos nenhuma informação concreta do
que é que eles terão feito, porque se for a questão da greve que dizem ser
ilegal, isso não é competência nem da polícia nem do governador,” disse
O SINPROF garante que já participou a ocorrência ao advogado David Mendes que
acompanha nos últimos tempos os processos judiciais que envolvem os professores.
Em reacção a polícia refere desconhecer sobre as detenções. O porta-voz do
comando provincial da polícia superintendente chefe, Paiva Tomás, abordado
sobre as alegadas detenções dos aludidos professores, esclarece.
“Qualquer tipo de detenção em relação a esses dois professores, é um caso que
deve estar a dar tratamento no comando municipal. Mas é preciso ver se é
efectivamente detenção ou convocação para averiguações,” disse
Entretanto o governo da Huíla fez sair mais um comunicado que de entre outros
aspectos adverte os professores que aderirem a greve que sofrerão descontos
mediante as faltas que forem somando por força da paralisação.
Huíla: Professores
vão manifestar-se no Lubango
Teodoro Albano –
Voz da América - 02.05.2013
Greve completou
três dias
Os professores da
Huíla vão sair no próximo sábado às ruas para protestar contra a detenção de
dois colegas presos na última Terça-feira pela polícia no âmbito da greve em
vigor no sector da educação.
A decisão saiu de uma assembleia de emergência de professores realizada em
pleno 1º de Maio convocada via mensagem telefónica que reuniu mais de dois mil
professores numa das escolas da cidade do Lubango.
A reunião analisou as comunicações do governo e do partido no poder que
periodicamente emitem avisos para alertar não só sobre a ilegalidade da greve,
mas também para advertir que não irá pagar os professores grevistas.
Os professores irredutíveis prometem manter a greve e apelaram aqueles que
ainda não aderiram à greve para o fazerem.
A greve completou Quinta-feira três dias e nas escolas o clima de greve é
visível. Salas e pátios vazios numa clara demonstração de adesão cada vez maior
dos professores à paralisação.
O MPLA num comunicado do comité executivo do partido distribuído à imprensa
esta Quarta-feira, acusou o Sindicato dos Professores (SINPROF) de estar a ser
instigado pelos partidos da oposição fragilizados com os resultados das
eleições de 2012.
O secretário provincial do SINPROF, João Francisco, negou enfaticamente as
acusações.
“Desde os anos de guerra que nós temos vindo a desafiar para que provem a
nossa coligação com partido político, que provem isso!” disse.
“Isso é atitude dos fracos,” acrescentou.
Para a secretária provincial da UNITA na Huíla, Amélia Judite, o seu partido galo
negro não precisa recorrer das forças sindicais para se fazer ouvir
“Quando a UNITA quiser fazer uma manifestação por uma razão clara nós não
precisaremos usar nem bodes expiatórios nem procuraremos sindicatos nem uma
outra coisa, porque os angolanos estão aí para ouvirem a nossa voz,” disse.
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