quinta-feira, 2 de maio de 2013

REGIME ANGOLANO PRENDE PROFESSORES EM GREVE, COLEGAS VÃO MANIFESTAR-SE




Huíla: Polícia prende professores em greve

Teodoro Albano – Voz da América - 30.04.2013

Dias de greve serão descontados nos ordenados, avisa o governo

O segundo dia de greve dos professores na Huíla fica marcado por duas detenções efectuadas pela polícia nacional.

Os professores Paulo Jamba Simão e Albino Daniel foram interpelados e recolhidos para o comando municipal da corporação, depois de terem tentado questionar sobre o porquê dos inspectores da educação, terem arrancado os panfletos a dar conta do estado de greve no Instituto Médio de Economia no Lubango, IMELUB.

O secretário provincial do SINPROF na Huíla, João Francisco, questiona a atitude da polícia e não vê razão para tal comportamento;

“Não sei o que é que se passa até aqui não temos nenhuma informação concreta do que é que eles terão feito, porque se for a questão da greve que dizem ser ilegal, isso não é competência nem da polícia nem do governador,” disse

O SINPROF garante que já participou a ocorrência ao advogado David Mendes que acompanha nos últimos tempos os processos judiciais que envolvem os professores.

Em reacção a polícia refere desconhecer sobre as detenções. O porta-voz do comando provincial da polícia superintendente chefe, Paiva Tomás, abordado sobre as alegadas detenções dos aludidos professores, esclarece.

“Qualquer tipo de detenção em relação a esses dois professores, é um caso que deve estar a dar tratamento no comando municipal. Mas é preciso ver se é efectivamente detenção ou convocação para averiguações,” disse

Entretanto o governo da Huíla fez sair mais um comunicado que de entre outros aspectos adverte os professores que aderirem a greve que sofrerão descontos mediante as faltas que forem somando por força da paralisação. 

Huíla: Professores vão manifestar-se no Lubango

Teodoro Albano – Voz da América - 02.05.2013

Greve completou três dias

Os professores da Huíla vão sair no próximo sábado às ruas para protestar contra a detenção de dois colegas presos na última Terça-feira pela polícia no âmbito da greve em vigor no sector da educação.

A decisão saiu de uma assembleia de emergência de professores realizada em pleno 1º de Maio convocada via mensagem telefónica que reuniu mais de dois mil professores numa das escolas da cidade do Lubango.

A reunião analisou as comunicações do governo e do partido no poder que periodicamente emitem avisos para alertar não só sobre a ilegalidade da greve, mas também para advertir que não irá pagar os professores grevistas.

Os professores irredutíveis prometem manter a greve e apelaram aqueles que ainda não aderiram à greve para o fazerem.

A greve completou Quinta-feira três dias e nas escolas o clima de greve é visível. Salas e pátios vazios numa clara demonstração de adesão cada vez maior dos professores à paralisação.

O MPLA num comunicado do comité executivo do partido distribuído à imprensa esta Quarta-feira, acusou o Sindicato dos Professores (SINPROF) de estar a ser instigado pelos partidos da oposição fragilizados com os resultados das eleições de 2012.

O secretário provincial do SINPROF, João Francisco, negou enfaticamente as acusações.

“Desde os anos de guerra que nós temos vindo a desafiar para que provem a nossa coligação com partido político, que provem isso!” disse.

“Isso é atitude dos fracos,” acrescentou.

Para a secretária provincial da UNITA na Huíla, Amélia Judite, o seu partido galo negro não precisa recorrer das forças sindicais para se fazer ouvir

“Quando a UNITA quiser fazer uma manifestação por uma razão clara nós não precisaremos usar nem bodes expiatórios nem procuraremos sindicatos nem uma outra coisa, porque os angolanos estão aí para ouvirem a nossa voz,” disse.

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