FP - MSF - Lusa
Bissau, 25 mai
(Lusa) - A União Europeia tem prontos para execução ou em fase preparatória
avançada programas de apoio à população na Guiné-Bissau no valor de 20 mil milhões
de francos CFA (cerca de 30 milhões de euros).
Esses apoios,
segundo um comunicado hoje divulgado em Bissau pela delegação da União
Europeia, incidem essencialmente nas áreas da Saúde, Educação, Água e Energia
Elétrica e Alimentação.
"Além das
atividades dos nossos Estados-membros, a União Europeia já tem em curso mais de
30 programas de cooperação em benefício direto da população, cuja execução é
confiada aos nossos parceiros, incluindo organizações da sociedade civil
guineense, organizações não-governamentais internacionais e Agências
especializadas das Nações Unidas tais como a PAM, UNICEF e OMS", disse o
embaixador Joaquín González-Ducay, chefe da delegação da União Europeia em
Bissau, citado no comunicado.
Esses programas em
curso incidem nas mesmas áreas e estão orçados em 33 mil milhões de francos CFA
(mais de 50 milhões de euros), diz o documento.
O comunicado lembra
ainda palavras de González-Ducay, que no passado dia 09, Dia da Europa, disse
que "a União Europeia continuará a desenvolver ações de cooperação em
benefício direto da população da Guiné-Bissau, que nunca foram interrompidas e
nunca serão interrompidas".
Esta semana, o
representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta,
pediu à União Europeia para que retome os apoios ao país através, por exemplo,
da UNICEF, acrescentando que sanções afetam milhares de crianças.
"Que encontrem
mecanismos de apoio à Guiné-Bissau que não afetem os princípios que defendem,
que é de zero tolerância em relação a golpes de Estado", disse Ramos-Horta
após uma audiência com o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, quando pediu
à União Europeia para que repense as suas políticas em relação à Guiné-Bissau e
elogiou a "generosidade" dos países vizinhos da antiga colónia portuguesa.
"Encontrem
outros mecanismos de apoio, agora sancionar, retirar todo o apoio, que afeta
diretamente milhares e milhares de crianças? não sei como é que isso pode fazer
valer os princípios que a União Europeia e outros defendem", disse
Ramos-Horta.
Na sequência de um
golpe de Estado a 12 de abril do ano passado, a maior parte da comunidade
internacional, União Europeia incluída, cortou os apoios ao Governo da
Guiné-Bissau. A União Europeia, que manteve a ajuda humanitária e os projetos
que tinha de ajuda direta às populações, não reconhece nem apoia o atual
Governo de transição.
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