O presidente do
Sindicato Nacional dos Professores (SINDEP), Nicolau Furtado, assegurou este
sábado, 07, no final de um encontro com a classe, que os professores no
concelho do Porto Novo que ainda não foram reclassificados vivem numa “penúria,
como escravos e sem motivação”. Lembra que há professores com 18 anos ou mais
de serviço a usufruir um vencimento de 20 mil escudos quando deveriam receber
50 mil escudos.
Nicolau Furtado diz
que esta situação é lamentável pois, com esse vencimento, muitos dos docentes
não conseguem nem sequer assumir os seus compromissos, entre os quais,
sustentar os filhos que frequentam as universidades. “A situação é tão
lamentável que um professor mergulhou-se em lágrimas ao descrever a sua
situação por causa dessa penúria", lamenta Furtado, que promete levar
essas preocupações ao conhecimento da Ministra de Educação. A responsável da
tutela tinha prometido resolver o assunto no passado mês de Julho. “Entretanto
até hoje não há luz verde nesse sentido”, aponta.
Caso não haja uma data
concreta para ultrapassar o problema, Nicolau Furtado assevera que os
professores estão determinados em travar uma luta que passa pela realização de
mais uma greve geral e congelamento de notas no final do primeiro trimestre.
Nicolau Furtado
refuta por outro lado os dados avançados por Fernanda Marques dando conta de 70
por cento dos problemas dos professores estão resolvidos. Para o sindicalista,
a realidade aponta para o contrário. Ou seja, actualmente estão resolvidos 30
por cento dos problemas e restam 70 por cento por solucionar.
“Existem
reclassificações de 2008 a 2012 por resolver, subsídios por não redução de
carga horária nesse mesmo período por pagar, progressões de 2009 até 2012,
entrada no quadro profissionalizado de todos os professores que estão no
sistema, o que viola o acordado no Conselho de Concertação Social. Isto sem
contar com a não conclusão do Plano de Cargos Carreira e Salários (PCCS) e
revisão do Estatuto do Pessoal Docente sem que haja qualquer explicação",
esclarece.
Furtado diz que com
todos os problemas pendentes os professores continuam a desempenhar as suas
funções com profissionalismo, mas por falta de motivação a qualidade no sistema
de ensino deixa muito a desejar.
PN – A Semana (cv)
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