Jacarta, 18 de out
(Lusa) - A primeira missão empresarial da Associação Empresarial de Portugal
(AEP) à Indonésia, de cinco dias, terminou hoje com "boas
perspetivas" de negócio para as empresas portuguesas, destacou a
responsável pela área internacional da associação.
"De uma forma
genérica, todas as empresas tiveram bons contactos de negócios. Há boas
perspetivas", disse à Lusa Maria Helena Ramos, que quer organizar outra
visita ao país em 2014, porque "há mercado para vários setores".
Apesar de a
Indonésia ser "um país de marcas", a representante da AEP destacou
que os empresários indonésios estão "muito recetivos a contactos e a novos
produtos", existindo várias oportunidades, sobretudo na construção.
Ramiro Tavares,
diretor comercial da Amorim Cork Composites, realçou que a Indonésia é um
mercado onde é imperativo estar, porque "tem um crescimento acima dos
5%" e uma "classe média a crescer anualmente acima de seis milhões de
pessoas, o que não é normal hoje no mundo".
A empresa, que tem
552 trabalhadores e está presente em 84 países, termina a visita com
"resultados promissores, mas exploratórios", sobretudo na construção,
sendo agora necessário "ajustar alguns produtos às necessidades do
mercado", segundo o representante.
Pedro Luís,
diretor-geral da Alexandrino Pais Leitão, empresa de mármore e granito, que
exporta para o centro da Europa, Médio Oriente, América do Norte, Angola e
Moçambique, encontrou um dos mercados "mais maduros" na sua área de
atuação, "se calhar mais do que o mercado da América do Norte a nível de
produto", e conhecedor da oferta portuguesa.
O responsável da
empresa de Pero Pinheiro, com um volume de negócios entre seis a sete milhões
de euros, notou que os empresários pareceram interessados no seu produto, mas
frisou que os indonésios são conhecidos como "os brasileiros da
Ásia", ou seja, embora à partida mostrem abertura, muitas vezes esse
interesse inicial não tem seguimento.
Daniel Pinho,
gestor de área da Vicaima, uma empresa de Vale de Cambra que produz cerca de
1,5 milhões de portas por ano e que está presente em 27 países, deixa a
Indonésia "muito otimista" e "espantado" com o mercado,
sobretudo na área da hotelaria.
"Estamos bem
referenciados. Tive oportunidade de falar com cadeias hoteleiras, que é a nossa
especialidade, e penso que correu bem", referiu Daniel Pinho, apesar de
reconhecer que é necessário instruir os indonésios quanto ao gosto pelo
'design' e à aposta na qualidade em detrimento do preço, bem como uma adequação
do produto ao mercado.
A Luís Amorim
Unipessoal, uma empresa sediada na Senhora da Hora que conta com 15
trabalhadores e um volume de negócios de cerca de dois milhões de euros, veio à
Indonésia à procura de negócios na instalação de energia e encontrou um
"nicho interessante" na área dos painéis solares fotovoltaicos,
segundo o proprietário.
Após cinco dias de
contactos, Luís Amorim concluiu que os empresários indonésios querem sobretudo
investidores e que a economia "depende muito das 'commodities'", como
o óleo de palma, sendo por isso encarada como "um gigante com pés de
barro", para além de apresentar problemas estruturais, como a burocracia e
a corrupção.
A missão, na qual
participam também a Cifial e a Topázio - esta última viaja mais tarde -, foi
organizada em parceria com a Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Indonésia
e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e teve
apoios do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
ANYN // VC - Lusa
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