Díli, 03 out (Lusa)
- O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, afirmou hoje à agência
Lusa que vai à Guiné-Bissau com o "coração nas mãos" para ajudar no
que for preciso e dizer aos guineenses que é altura de se
"corrigirem".
"Vamos com o
coração nas mãos. Vamos para lhes dizer que é tempo de se corrigirem e olhar
para o futuro sob uma outra visão, conceção e otimismo", afirmou em
entrevista à Lusa o primeiro-ministro timorense.
Xanana Gusmão
viajou hoje para Bissau, onde deverá chegar ao início da madrugada de sábado,
acompanhado pelo líder da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente,
Mari Alkatiri, para uma visita de trabalho como presidente do G7+, organização
da qual a Guiné-Bissau é Estado-membro.
O G7+, presidida por
Timor-Leste, é uma organização criada em abril de 2011 que reúne 18
Estados-membros e que defende reformas na forma como a comunidade internacional
apoia os países frágeis ou em situação de pós-conflito.
"Temos tentado
acompanhar a situação na Guiné-Bissau e é hora de nós agirmos em solidariedade
para com o povo. Estamos preocupados com a situação na Guiné-Bissau e queremos
dar todo o apoio que pudermos", afirmou.
Xanana Gusmão
explicou à Lusa que vai à Guiné-Bissau segundo os princípios do G7+, que são
para "corrigir as propostas erradas da comunidade internacional em relação
aos Estados frágeis, que vivem em situação de pós-conflito ou em conflito
permanente".
"Às vezes a
comunidade internacional pensa que o processo democrático reside nas eleições,
o que não é exatamente ou fundamentalmente", disse, sublinhando que sem
haver paz não se consegue evoluir e consolidar as instituições.
Segundo Xanana
Gusmão, na Guiné-Bissau é preciso criar a paz para ser capaz de construir um
Estado de Direito democrático.
"O historial
da Guiné-Bissau tem vindo a demonstrar uma instabilidade de governação. A paz
não é exatamente o fim das rixas nas ruas, a paz precisa de ser nas mentes e
nos espíritos", acrescentou.
A 12 de abril de
2012, na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais da
Guiné-Bissau, na sequência da morte por doença do Presidente Malam Bacai Sanhá,
os militares derrubaram o Governo e o Presidente.
A Guiné-Bissau está
a ser administrada por um Governo de transição, que pretende realizar eleições
ainda este ano.
MSE // MLL - Lusa
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