quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Moçambique: Maputo é mais seguro do que 90% das capitais africanas – economista

 


O administrador moçambicano Manuel Aranda da Silva, do Banco Terra, defendeu que Maputo é mais seguro do que 90 por cento das capitais de África e da América Latina, apesar dos recentes casos de sequestros.
 
"Os problemas de insegurança assustam as pessoas e criaram uma certa instabilidade, mas Maputo é uma cidade mais segura do que 90% das cidades capitais de África e da América Latina", disse, em Lisboa, o antigo ministro moçambicano do comércio.
 
Em declarações aos jornalistas, após intervir numa mesa redonda sobre a atual situação de Moçambique, promovida pelo Instituto Marquês de Valle Flor e pela Fundação AIP, o responsável exemplificou que no México houve 100 mil raptos no ano passado e na Venezuela foram sequestrados 20 portugueses nos últimos meses.
 
Para Aranda da Silva, a criminalidade surge associada ao desenvolvimento de Moçambique: "Quando há dinheiro, há mais ganância".
 
"O que é importante é que haja um sistema de justiça e um sistema policial que enfrente e reduza" o problema, sustentou.
 
Questionado sobre o desenvolvimento do país perante a instabilidade provocada pelos sequestros e a crise político-militar no país, Aranda da Silva mostrou-se convicto de que Moçambique continuará a crescer.
 
"Estabilizando politicamente depois das eleições autárquicas e depois das presidenciais do próximo ano, tenho razões para crer que o desenvolvimento de Moçambique vai continuar, os investimentos não vão parar porque houve uma certa instabilidade", afirmou.
 
O responsável afirmou ainda que a tensão entre o partido no poder, a Frelimo, e o principal partido da oposição, a Renamo, "tem de ser resolvida".
 
"A Renamo é um dos partidos mais importantes em Moçambique. Tem de haver diálogo e penso que o governo está a procurar essas soluções neste momento", disse.
 
O diálogo com a Renamo, sublinhou, "tem de ser conduzido de forma a evitar que haja instabilidade nas estradas moçambicanas porque isso cria problemas à população em geral e impede o desenvolvimento".
 
Moçambique vive uma crise desde que, a 21 de outubro, uma operação do exército moçambicano desalojou Afonso Dhlakama da base de Sadjundjira, na Gorongosa, centro de Moçambique, onde o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) residia há cerca de um ano.
 
O país tem também sido notícia em Portugal devido aos recentes casos de sequestros que têm atingido portugueses em Maputo.
 
Manuel Aranda da Silva, membro do Conselho de Administração do Banco Terra em Maputo, foi o convidado da mesa-redonda intitulada "Moçambique: Paz Ameaçada?", promovida pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), a Fundação AIP, o EuroDefense-Portugal e a AFCEA-Portugal, que decorreu hoje em Lisboa.
 
FPA // APN – Lusa – foto António Silva
 

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