Kira Kalinina – Voz da
Rússia
A Polônia está
entre os países que com maior insistência e em alta voz se manifestam pela
integração europeia da Ucrânia. Com a ajuda da situação na Ucrânia, a Polônia
tenta consolidar na UE posições de um país que tenha influência na Europa de
Leste.
Contudo, o MRE da
Polônia não reagiu ainda à proposta do político russo Vladimir Zhirinovsky. A
integração dos territórios ucranianos na Polônia, que poderiam ser reclamados
pelos poloneses, significaria para o país não apenas problemas financeiros, mas
provocaria também o descontentamento absoluto da população.
Segunda-feira,
representantes do Partido Liberal Democrata (LDPR, na sigla russa) dirigido por
Vladimir Zhirinovsky, enviaram mensagens aos dirigentes da Polônia, Romênia e
Hungria, propondo estudar uma variante de divisão da Ucrânia. O partido
considera que esta seja a única saída da situação que se formou no país.
“Regiões ucranianas
ocidentais têm a vontade de separar-se da Ucrânia, porque não veem o futuro,
enquanto ânimos negativos reinam entre a população. As pessoas querem mudar lá,
onde possam viver tranquilamente – para a Rússia, Polônia, Romênia”, declarou o
coordenador da filial do LDPR de Moscou, Boris Chernyshev. Suas palavras são
confirmadas pelos comunicados de que cerca de 40 famílias de checos de Volyn se
dirigiram às autoridades checas, solicitando mudar para a República Tcheca por
razões de segurança. No entanto, o pedido foi recusado.
“Atualmente, o
governo não planeja conceder qualquer ajuda multilateral por não haver
suficientes argumentos para isso. Se houver uma escalada considerável da
situação, poderemos rever a nossa decisão”, declarou o ministro das Relações
Exteriores da República Tcheca, Lubomir Zaoralek.
O MRE da Polônia
também não respondeu à mensagem do LDPR com a proposta de convocar um referendo
sobre a integração de uma parte da Ucrânia, comunicou Chernyshev:
“Ficam calados por
enquanto, mas, a meu ver, há muito que a sua alma tem um vislumbre de esperança
de unir-se novamente com as regiões influenciadas anteriormente pela Polônia. A
Europa tem medo de anunciar estas propostas. A União Europeia pesa sobre estes
países que receiam aplicar uma política independente.”
Mas a influência da
UE não é o único fator que aflige os sonhos sobre uma Polônia do mar ao mar, ou
seja do Báltico ao mar Negro. A integração de novos territórios provoca também
uma carga financeira adicional. Outro grande problema consiste na convivência
de poloneses e ucranianos num país, aponta Agnieszka Wolk-Laniewska, jornalista
polonesa:
“A cultura polonesa
tem profundamente um sentimento de que estes territórios pertencem à Polônia.
Os políticos polacos são envolvidos emocionalmente no conflito entre a Rússia e
Ucrânia. E o governo polonês tenta combater pela Ucrânia. Mas ninguém dirá que
entre os poloneses e ucranianos se formaram quaisquer relações amigáveis. Penso
que tudo é ao contrário. Historicamente, temos reclamações recíprocas. É por
isso que os poloneses comuns são indiferentes em relação aos acontecimentos na
Ucrânia. Mas, por outro lado, a mídia polaca conduz uma guerra premeditada
contra a Rússia.”
Nesse contexto, o
governo polonês ganhará muito mais da adesão da Ucrânia à UE. Um mercado de
venda, uma mão-de-obra barata e um patrocínio sempre proporcionam dividendos.
Provavelmente, é por isso que a Polônia faz avançar com tenacidade o projeto de
“integração europeia da Ucrânia” e tenta convencer a Ucrânia e a Europa da
grande importância desse projeto para cada parte.
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