O secretário-geral
das Nações Unidas, convidado de honra da IV Cimeira UE-África, que hoje (ontem) começa
em Bruxelas, disse que vai fazer “todo o possível” por melhorar a resposta
internacional à situação “desesperada” na República Centro Africana.
Numa conferência de
imprensa conjunta com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, após um
pequeno-almoço de trabalho na sede do executivo comunitário, o secretário-geral
da ONU saudou o envolvimento da União Europeia, designadamente o envio de uma
missão militar, mas disse que a situação é tão dramática que a comunidade
internacional precisa de se envolver mais e rapidamente.
Ban Ki-moon referiu
que, na mini-cimeira sobre a República Centro Africana que se realiza hoje,
imediatamente antes da cimeira UE-África – e na qual participarão líderes dos
países vizinhos e de diversos Estados-membros da União, entre os quais o
primeiro-ministro Pedro Passos Coelho -, vai “instar todos os países a
ponderarem fortemente o envio de forças militares e policiais adicionais e
apoio financeiro suplementar”.
“Farei todo o
possível para melhorar a resposta internacional. Foram tomadas decisões
importantes, mas são escassas. Temos que agir rapidamente para pôr fim às
mortes e proteger a população civil”, alvo de “atrocidades”, declarou.
O secretário-geral
das Nações Unidas lembrou, a propósito, que na recomendação que dirigiu ao
Conselho de Segurança da ONU, e que espera ver aprovada muito em breve, aponta
para a necessidade de pelo menos 10 mil militares e 1.800 polícias, sendo as
forças atualmente no terreno insuficientes para lidar com a situação.
Por outro lado,
indicou, a decisão de transformar a atual missão militar numa operação de
manutenção de paz da ONU vai levar o seu tempo a ser aplicada – estimou que
cerca de seis meses -, e a população do país não tem esse tempo, disse,
afirmando que há que agir rapidamente.
Durão Barroso, por
seu turno, disse que a UE está “orgulhosa” do seu contributo, pois “o apoio da
União vai muito além da missão” militar que vai enviar, referindo-se à ajuda
humanitária e ao desenvolvimento que a Europa tem prestado.
Quanto às forças
militares enviadas pela UE, disse acreditar que “este é o contributo que os
Estados-membros podem dar neste momento, e é um contributo muito importante”.
Em termos mais
globais, indicou que a UE, ao longo dos últimos 10 anos, mobilizou 1,2 mil
milhões de euros para o Mecanismo para a Paz em África e adiantou que hoje pode
avançar que serão disponibilizados mais 800 milhões para os próximos três anos.
O presidente da
Comissão sublinhou o trabalho conjunto que tem sido levado a cabo por UE, ONU e
parceiros africanos no domínio da paz e segurança no continente africano, “do
Mali à República Centro Africana, da Guiné-Bissau ao Sudão”.
ACC // ARA – Lusa –
foto Julien Warnand/EPA
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