Mário
Motta, Lisboa
Quem
teve oportunidade de passear pelos vários locais de votação em Lisboa constatou
o desconsolo dos membros que constituíam as mesas de voto. Estiveram às moscas.
Foi uma pasmaceira. O enfado foi o companheiro de muitas horas daqueles
cidadãos nomeados para guardiães das urnas de voto. A razão prende-se com a
baixa afluência dos eleitores. A maior de sempre, ao que se prevê. Só cerca de
um terço dos quase dez milhões de eleitores votou.
Os
resultados eleitorais ainda estão por anunciar e confirmar mas já se sabe que a
grande vencedora destas europeias é, maioritariamente, a abstenção. Abstenção
por protesto. Abstenção por castigo. Em Portugal e no resto da Europa. Aliás, a
média europeia de abstenção ronda os 45 por cento. Ainda há os votos nulos por
protesto. Um escândalo.
Assim,
face à confirmação destes resultados – acrescentem-se os votos em branco e
nulos por protesto - que legitimidade têm estes tão parcamente eleitos para se sentarem no
Parlamento Europeu fazendo de conta que foram credenciados por maioria dos
eleitores? E os outros, aqueles que nem são eleitos pelos povos europeus mas
que tomam as decisões que estão a destruir a União Europeia? Que legitimidade
têm?
E
são aqueles ogres enfunados pelas suas mentes e seus conteúdos hipócritas que desde
há poucas horas se pronunciam sobre a democracia na Europa (e em Portugal) com
o maior descaramento que possa existir. Sem legitimidade, sem serem realmente
eleitos por uma maioria de portugueses (no caso de Portugal), nem pelos
restantes europeus. E fazem eles as malas para cair no pote de mel em Bruxelas
e noutras arenas do exército dos parasitas, vulgarmente conhecido por antro dos dirigentes e deputados europeus. Que legitimidade têm? Quase nenhuma, por ser tão
escassa.
Façam
figas, senhores eleitos e não eleitos desta “nova” UE. Porque alguma coisa tem de mudar para que a democracia seja reposta, revigorada, para que corresponda à vontade e interesses dos povos europeus e não aos ditames de vigaristas e aldrabões empenhados no défice democrático, na exploração dos povos e nas ganâncias das lautas mordomias que usufruem - pagos pelos que sistemáticamente enganam.
Sem comentários:
Enviar um comentário