domingo, 25 de maio de 2014

Europeias: QUE LEGITIMIDADE TÊM ESTES PARCAMENTE ELEITOS?



Mário Motta, Lisboa

Quem teve oportunidade de passear pelos vários locais de votação em Lisboa constatou o desconsolo dos membros que constituíam as mesas de voto. Estiveram às moscas. Foi uma pasmaceira. O enfado foi o companheiro de muitas horas daqueles cidadãos nomeados para guardiães das urnas de voto. A razão prende-se com a baixa afluência dos eleitores. A maior de sempre, ao que se prevê. Só cerca de um terço dos quase dez milhões de eleitores votou.

Os resultados eleitorais ainda estão por anunciar e confirmar mas já se sabe que a grande vencedora destas europeias é, maioritariamente, a abstenção. Abstenção por protesto. Abstenção por castigo. Em Portugal e no resto da Europa. Aliás, a média europeia de abstenção ronda os 45 por cento. Ainda há os votos nulos por protesto. Um escândalo.

Assim, face à confirmação destes resultados – acrescentem-se os votos em branco e nulos por protesto - que legitimidade têm estes tão parcamente eleitos para se sentarem no Parlamento Europeu fazendo de conta que foram credenciados por maioria dos eleitores? E os outros, aqueles que nem são eleitos pelos povos europeus mas que tomam as decisões que estão a destruir a União Europeia? Que legitimidade têm?

E são aqueles ogres enfunados pelas suas mentes e seus conteúdos hipócritas que desde há poucas horas se pronunciam sobre a democracia na Europa (e em Portugal) com o maior descaramento que possa existir. Sem legitimidade, sem serem realmente eleitos por uma maioria de portugueses (no caso de Portugal), nem pelos restantes europeus. E fazem eles as malas para cair no pote de mel em Bruxelas e noutras arenas do exército dos parasitas, vulgarmente conhecido por antro dos dirigentes e deputados europeus. Que legitimidade têm? Quase nenhuma, por ser tão escassa.

Façam figas, senhores eleitos e não eleitos desta “nova” UE. Porque alguma coisa tem de mudar para que a democracia seja reposta, revigorada, para que corresponda à vontade e interesses dos povos europeus e não aos ditames de vigaristas e aldrabões empenhados no défice democrático, na exploração dos povos e nas ganâncias das lautas mordomias que usufruem - pagos pelos que sistemáticamente enganam.

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