O
Presidente moçambicano, Armando Guebuza, reconheceu hoje em Maputo que as
tensões militares com a Renamo, maior partido de oposição, são um fator de
perturbação das eleições gerais, mas reafirmou que a votação terá lugar a 15 de
outubro.
Numa
conferência de imprensa no final de uma visita de trabalho de três dias à
cidade de Maputo, Guebuza defendeu que os confrontos entre Exército e Renamo
(Resistência Nacional Moçambicana) justificam a necessidade de eleições na data
prevista.
"Nós
temos de viver dentro de uma certa ordem e dentro de uma certa lógica. As
eleições fazem parte da ordem e da lógica e vão ser realizadas", afirmou o
Presidente moçambicano.
"A
Renamo não está a reagir positivamente. Não me parece que a Renamo tenha a mesma
agenda connosco. A nossa agenda é garantir o bem-estar do nosso povo",
disse ainda Guebuza, quando questionado sobre o que está a dificultar o
diálogo, iniciado há mais de um ano, com o maior partido de oposição.
Moçambique
vive o seu pior momento político-militar desde a assinatura do Acordo Geral de
Paz (AGP) em 1992, entre a Renamo e o Governo, que pôs fim à guerra civil de 16
anos.
O
líder da Renamo, Afonso Dhlakama, refugiou-se na Serra da Gorongosa, centro do
país, na sequência da ocupação pelo Exército moçambicano do acampamento em que
vivia na região, em outubro passado, no seguimento da tensão política e militar
que assola o país desde finais de 2012, devido a divergências em torno da lei
eleitoral e da alegada marginalização dos antigos guerrilheiros do movimento no
exército.
Apesar
de o diferendo em torno da legislação eleitoral ter sido ultrapassado com a
aprovação de emendas exigidas pelo principal partido da oposição, a tensão
política e militar ainda não foi resolvida, devido a desentendimentos em torno
da desmilitarização do braço armado da Renamo e da integração de militares do
movimento na hierarquia das forças de defesa e segurança.
A
Renamo acusa o Governo de reforçar as suas posições militares na Gorongosa, com
vista à eliminação de Dhlakama, mas o executivo diz que o líder da oposição é
livre de sair do seu esconderijo.
Numerosos
confrontos têm tido lugar na região entre homens armados ligados à Renamo e o
Exército.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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