segunda-feira, 2 de junho de 2014

Moçambique: Presidente Guebuza reafirma eleições gerais em Outubro




O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, reconheceu hoje em Maputo que as tensões militares com a Renamo, maior partido de oposição, são um fator de perturbação das eleições gerais, mas reafirmou que a votação terá lugar a 15 de outubro.

Numa conferência de imprensa no final de uma visita de trabalho de três dias à cidade de Maputo, Guebuza defendeu que os confrontos entre Exército e Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) justificam a necessidade de eleições na data prevista.

"Nós temos de viver dentro de uma certa ordem e dentro de uma certa lógica. As eleições fazem parte da ordem e da lógica e vão ser realizadas", afirmou o Presidente moçambicano.

"A Renamo não está a reagir positivamente. Não me parece que a Renamo tenha a mesma agenda connosco. A nossa agenda é garantir o bem-estar do nosso povo", disse ainda Guebuza, quando questionado sobre o que está a dificultar o diálogo, iniciado há mais de um ano, com o maior partido de oposição.

Moçambique vive o seu pior momento político-militar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) em 1992, entre a Renamo e o Governo, que pôs fim à guerra civil de 16 anos.

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, refugiou-se na Serra da Gorongosa, centro do país, na sequência da ocupação pelo Exército moçambicano do acampamento em que vivia na região, em outubro passado, no seguimento da tensão política e militar que assola o país desde finais de 2012, devido a divergências em torno da lei eleitoral e da alegada marginalização dos antigos guerrilheiros do movimento no exército.

Apesar de o diferendo em torno da legislação eleitoral ter sido ultrapassado com a aprovação de emendas exigidas pelo principal partido da oposição, a tensão política e militar ainda não foi resolvida, devido a desentendimentos em torno da desmilitarização do braço armado da Renamo e da integração de militares do movimento na hierarquia das forças de defesa e segurança.

A Renamo acusa o Governo de reforçar as suas posições militares na Gorongosa, com vista à eliminação de Dhlakama, mas o executivo diz que o líder da oposição é livre de sair do seu esconderijo.

Numerosos confrontos têm tido lugar na região entre homens armados ligados à Renamo e o Exército.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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