O
Governo da Guiné Equatorial anunciou a sua adesão à Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) no seu sítio oficial na Internet, tendo versões em
espanhol, inglês e francês, mas não em língua portuguesa.
«Por
consenso dos Estados-membros da CPLP, aprovou outorgar à República da Guiné
Equatorial o estatuto de país membro de pleno direito no seio da comunidade,
integrada até a data por um total de oito nações, cinco delas no continente
africano. O nosso país passará a ser o sexto de África e o nono em ordem
cronológica de adesão a esta comunidade, criada no ano de 1996», diz o texto
publicado na terça-feira, com versões em espanhol, inglês e francês.
O
texto lembra que a Guiné Equatorial é o único país a integrar a CPLP que tem
como língua materna o espanhol.
«Desta
forma, o dia 23 de julho será um marco na jornada histórica do povo
equato-guineense, já que a partir desta data o português será o terceiro idioma
oficial do país, depois do espanhol e do francês», referiu ainda o texto.
O
português tornou-se língua oficial do país em 2011, depois de aprovado pelo
parlamento equato-guineense e após um decreto presidencial de 2010.
O
francês, língua oficial do país desde 1997, nunca foi efetivamente implementado
no ensino regular e nem é usado pela população equato-guineense.
O
Governo da Guiné Equatorial já garantiu que o seu Ministério da Educação está a
finalizar um plano curricular de português para ser implementado brevemente no
ensino regular do país.
A
investigadora portuguesa Ana Lúcia Sá, que tem trabalhos sobre o país africano,
referiu que o destino do português será o mesmo do francês, ou seja, não será
efetivamente implementado no país africano.
«A
cidade de Díli, capital da República Democrática de Timor-Leste, encontra-se
estes dias em plena ebulição ao acolher várias delegações dos distintos países,
tanto os membros de pleno direito, como os que agora são observadores
associados, categoria em que estava a Guiné Equatorial, assim com as Ilhas
Maurícias, desde 2006», indicou ainda o texto do Governo da Guiné Equatorial.
O
comunicado ainda refere os esforços do Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro
Obiang - que governa o país desde 1979 -, na tão esperada integração na CPLP.
O
país africano, que pediu adesão ao bloco lusófono em 2010, entrou hoje na
Comunidade de Países de Língua Portuguesa durante a X conferência de chefes de
Estado e de Governo da CPLP, que decorreu em Díli, Timor-Leste.
A
Guiné Equatorial é muito criticada pelas organizações não-governamentais
internacionais por violações dos direitos humanos e pelos seus altos níveis de
corrupção no país.
TSF
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