Díli,
23 jul (Lusa) - O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, disse hoje
estar satisfeito com a entrada do seu país na Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), cuja cimeira decorre hoje em Díli.
Obiang
foi hoje chamado, "como membro pleno", para se sentar à mesa onde se
encontravam chefes de Estado e de Governo dos oito países que compõem a CPLP,
durante a sessão solene de abertura da conferência.
No
final desta sessão, o Presidente equato-guineense, foi questionado pelos
jornalistas sobre se estava satisfeito com a entrada na CPLP - que deverá ser
decidida hoje -, ao que respondeu apenas "sim", palavra que repetiu
várias vezes, acrescentando depois: "Satisfeito", com uma pronúncia
marcadamente espanhola.
"Muy
satisfeito", novamente a misturar o espanhol, a língua materna do seu
país, e o português, que está a aprender, foi a resposta que deu, de seguida, à
pergunta sobre se estava à espera que a adesão acontecesse neste momento, que
também respondeu afirmativamente.
O
Presidente já não respondeu se o seu país já é membro de pleno direito da
comunidade lusófona.
Segundo
a agenda da X conferência de chefes de Estado e de Governo que hoje decorre em
Díli, após a sessão restrita, "apenas os Estados-membros" da CPLP
reúnem-se numa sessão restrita, em cujo programa está prevista uma decisão
sobre a recomendação relativa à adesão da Guiné Equatorial à comunidade.
Os
chefes de diplomacia dos 'oito' recomendaram em fevereiro a adesão da Guiné
Equatorial, país com estatuto de observador associado desde 2006, considerando
que o país havia cumprido as condições estipuladas antes: a promoção da língua
portuguesa e a abolição da pena de morte.
Malabo
introduziu o português como língua oficial, a par do espanhol (a língua falada
pela maioria da população) e do francês. O governo equato-guineense anunciou em
fevereiro que o Presidente havia decretado a suspensão da pena de morte.
O
ministro português de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, disse
não ter ficado "surpreendido" com a participação do Presidente
Teodoro Obiang como "membro pleno" na sessão de abertura, mas
salientou que ainda não houve deliberação dos chefes de Estado e de Governo
sobre a adesão da Guiné Equatorial.
"Ainda
vamos decidir isso", afirmou, referindo depois que "é esperado"
que este país venha a ser membro de pleno direito.
Também
questionado sobre se tinha ficado surpreendido por a Guiné Equatorial ter sido
chamada durante a sessão de abertura, o primeiro-ministro português, Pedro
Passos Coelho, não quis responder, dizendo apenas: "Falamos mais
tarde".
JH
// JCS - Lusa
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