terça-feira, 1 de julho de 2014

Palop: UNIDADE E CONCERTAÇÃO



Jornal de Angola, editorial

Os Países Africanos  de Língua Oficial Portuguesa reuniram-se ontem, em Luanda,  para a constituição de um Fórum que vai traçar novos  rumos  para  a sua cooperação futura, que pretendem cada vez mais dinâmica, em face  dos novos desafios ao nível de África  e do mundo.

Em virtude  da emergência  de novos processos no campo das relações internacionais , os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa entendem ser necessário  assumir  posições concertadas  que se ajustem à realidade do mundo actual, marcado por problemas complexos, como os conflitos armados, o terrorismo internacional e  os crimes  transfronteiriços , como o tráfico de drogas e de seres humanos.

Num mundo em constante mudança e com grandes desafios, faz sentido que o Fórum  dos PALOP, pela  sua experiência  e pelo papel activo que  os  países que o compõem  já têm desempenhado  no domínio da diplomacia,  queira ser parte activa na busca de soluções para os graves problemas contemporâneos, dando o seu contributo, juntamente com outras organizações internacionais, regionais e sub-regionais,  à paz e à segurança  e ao desenvolvimento.

Acredita-se que o Fórum dos PALOP, que estão unidos por laços históricos, vai constituir-se em mais um espaço  em África para  ajudar  o continente  a  superar  os seus  problemas políticos, económicos e sociais , definindo estratégias que vão ao encontro da satisfação dos seus interesses.

Como disse o Presidente José Eduardo dos Santos, na abertura da cimeira constitutiva do Fórum dos PALOP, “apesar do longo caminho percorrido, enfrentamos novos desafios que exigem a preservação da nossa unidade de pensamento e de acção, tendo em conta as transformações ocorridas na conjuntura internacional, caracterizada sobremaneira pela globalização, em que se destaca o papel crescente das novas tecnologias de informação e comunicação e dos transportes e a proeminência dos mercados financeiros."

O Fórum ora constituído parte para uma nova era com muita experiência  acumulada, e uma redefinição de estratégias de actuação vai certamente traduzir-se em novos modelos de intervenção na vida política internacional, para que seja uma mais valia, não só para os Estados que dele fazem parte, como para todo o continente africano.

A dinamização das  relações entre os PALOP, no quadro do Fórum,  é justificada  pela necessidade de um aumento da sua força e influência no mundo em espaços mais alargados onde se discutam os problemas e se procuram soluções em prol das causas africanas.

Os PALOP têm problemas comuns e desejam revitalizar  um espaço em que possam  concertar posições  para enfrentar, com instrumentos próprios, os desafios que a todos dizem respeito. A unidade e a concertação regular dentro dos PALOP vão permitir que esta organização esteja em condições de igualmente ser uma força capaz de fazer ouvir a sua voz em África e no mundo, sempre em acelerada marcha em vários domínios.

O Chefe de Estado angolano,  que vai  presidir ao Fórum até 2016, estabeleceu já no acto de constituição desta organização uma grande prioridade para os PALOP, que é a paz e o desenvolvimento sustentado, que , na opinião de José Eduardo dos Santos, "deve merecer toda a nossa atenção e atrair os nossos esforços".

A conquista da paz e a luta contra o subdesenvolvimento são condições para colocar os países membros do Fórum na rota da construção do progresso social, fazendo recurso às suas potencialidades e a acções  que estejam voltadas para, segundo palavras do Presidente José Eduardo dos Santos, fazer face à “obstáculos que têm de vencer no domínio da erradicação da pobreza, da fome, do analfabetismo, da igualdade do género, da redução da mortalidade infantil, do combate ao HIV, à malária e outras doenças e garantir a sustentabilidade ambiental".

Foi acertada  a ideia  de fazer com que os PALOP estejam  próximos dos grandes problemas africanos e mundiais, a fim de, com o seu saber e experiência, poderem  reforçar o conjunto de países que luta por um mundo melhor, sem guerras, e em que os povos possam desfrutar de bem-estar e de uma vida digna.

Que os PALOP continuem a ser defensores de valores universais e que o Fórum seja um espaço e um exemplo de defesa dos direitos do homem, da promoção da boa governação e da consolidação do Estado Democrático de Direito.

Os  complexos  problemas  que existem em África e no mundo obrigam a novas dinâmicas, pelo que  não admira que os dirigentes dos PALOP queiram empenhar-se  em construir um espaço sólido que pode servir os interesses dos povos de África.

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