Verdade
(mz)
Dois
membros seniores e cinco supostos ex-guerrilheiros do partido Renamo, idos da
província da Zambézia, estão detidos, desde esta sexta-feira (01), na província
de Nampula, acusados de posse ilegal de armas de fogo do tipo AKM 47, cinco
carregadores vazios, 400 munições e duas bandeiras da "Perdiz".
Tratam-se
de Fernando Jossias Matuazanga, deputado, Abdala Ossifo Ibrahimo, delegado
político na Zambézia, José Antônio Elias, Bernardo Mantiguisse, Manete Dinis
Guia, Artur Mirasse Coche e João John Buca.
Os
referidos elementos do antigo movimento rebelde em Moçambique foram presos no
posto de controlo número dois, no distrito de Murrupula.
Segundo
Miguel Bartolomeu, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em
Nampula, eles faziam-se transportar em duas viaturas com matrículas EAB 157 MP
e EAB 111 MP, supostamente para alocar o material bélicos aos seus colegas das
regiões de Nabuco e Murrupala.
Sem
detalhar as suas alegações, os visados disseram que estavam em Nampula para
cumprir ordens do seu líder, Afonso Dhlakama. Fernando Matuazanga disse que em
Nampula se pretendia preparar o terreno e segurança para o líder em virtude de
este dado ordens para o efeito e comunicado que em breve estará a circular na
via pública.
João
Buca, representante dos guerrilheiros da Renamo em Nampula, negou, de pés
juntos, que sabe da proveniência das armas e da sua finalidade em Nampula. Ele apontou
o delegado político Abdala Ibrahimo como sendo a pessoa que conhece os
contornos que encerravam a finalidade do material bélico.
Em
Maputo, de acordo com Saimone Macuiane, chefe da delegação da Renamo nas
negociações com o Governo, as armas estavam a caminho da casa oficial de Afonso
Dhlakama, em Nampula, onde se presume que vai passar a viver quando sair da
parte incerta.
Refira-se
que Dhlakama vivia naquela parcela de Moçambique antes da tensão-político
militar. Saimone Macuiane disse ainda que as armas eram para serem entregues a
nova segurança do líder da "Perdiz", em substituição dos antigos
homens mortos na prisão no ano passado, e visam garantir que Dhlakama esteja
seguro ao sair do seu esconderijo, nos próximos dias, visto que o acordo entre
o Governo e Renamo está prestes a ser selado.
Contudo,
Macuaine condenou a detenção de Fernando Matuazanga e Abdul Issufo e disse que
se autoridades enveredar por este caminho, o acordo final entre o Governo e a
Renamo pode ficar comprometido e adiar o alcance do interesse do povo, a paz.
Macuiane
disse também que as forças governamentais têm atacado os membros da Renamo e
estes não retaliam por ordens do seu líder, Afonso Dhlakama, por respeito ao
processo em curso visando a paz no país.
“O
problema não é das armas, o problema é dos corações dos nossos dirigentes,
nomeadamente Afonso Dhlakama e Armando Guebuza, que devem assinar um acordo
duradouro, definitivo e que traga a tranquilidade a todo o povo moçambicano.
Que se crie um ambiente em que cada moçambicano se sinta livre de circular no
país”, disse o político, para quem a Renamo tem armas há 20 anos e todos sabem
disso. Nenhum segredo existe torno deste assunto.
Para
Macuiane, deve se criar um subcomando de observação para os guardas da Renamo
que se encontram em Inhambane e que sofrem ataque alegadamente protagonizados
pelas forças governamentais.
De
referir ainda que Não é a primeira vez que membros da Renamo são detidos na
posse de armas de fogos. No ano passado, homens desta formação política foram
presos em Chimoio na posse de seis armas de fogo, que ao que se sabe ainda não
foram devolvidas, apesar das negociações feitas pelo Governo e o maior partido
da oposição.
Aliás,
em Nampula, 21 membros da Renamo estão presos desde Outubro de 2013 acusados de
promover desmandos na localidade de Napome, no distrito de Nampula-Rapale.
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