João
Luís
Enquanto
o povo lá vai pagando mais um desmando da tão “profissional e competente” banca
privada; enquanto a crise se acentua apesar de todo o folclore propagandístico,
com o desemprego a atingir a taxa real de 1,2 milhões de desempregados;
enquanto mais de 52 mil idosos perderam o complemento solidário e na saúde e
educação tudo piora, o Governo mesmo a banhos continua a impor a sua perversa
política e o PS continua na sua acção mais ou menos circense.
As
hostes de Costa e Seguro acusam-se mutuamente. Dizia no facebook um amigo
virtual e com toda a lógica, mais ou menos o seguinte: Eurico Brilhante ilustre
membro do Secretariado Nacional do PS rotula as propostas de António Costa como
um vazio. Já A.J. Seguro afirma peremptório que Costa anda a copiar as
propostas da direcção do partido. Ou seja, se as propostas apresentadas por
António Costa são um vazio e simultaneamente cópia das propostas da direcção,
logo, as propostas do Partido Socialista no seu todo, são um vazio.
No
essencial, Costa e Seguro estão de acordo. No essencial, as vazias propostas de
um e outro não resolvem os problemas dos desempregados, dos reformados, dos
estudantes, dos trabalhadores, numa palavra do país.
No
próximo dia 28 de Setembro para fecho em beleza da silly season teremos o fim
(?) da paranóica aventura do PS e o inexistente cargo de candidato a
primeiro-ministro.
E
se isto não é uma guerra de galos com o intuito único de saber qual a facção
que irá ocupar o poleiro achando-se, uns e outros a borrifar para o povo e o
país, então não percebo e duvido que alguém perceba o que se passa nesta
raquítica oposição.
A
não ser assim, está mais que na hora de todos nós sabermos o que pensam e como
vão actuar nas seguintes questões (e aqui socorro-me de outro amigo virtual):
Tratado Orçamental; a questão da dívida; direitos dos trabalhadores e código
laboral; a relação Europa-EUA; políticas europeias; pensões, reformas e
benefícios em geral; privatizações; a precariedade no emprego; o desemprego; a
emigração; retoma e plano económico; combate à corrupção e fraude fiscal;
futuros alinhamentos políticos; a saúde e a escola pública; etc., etc., numa
palavra que políticas? Tenciona o PS com Costa ou com Seguro continuar a ter
uma linguagem mais ou menos de esquerda na oposição e governar à direita quando
está no poder? Ou, finalmente, teremos um PS que procura entendimentos com o
maior partido à sua esquerda, o PCP, e nesse sentido apresentar-se de facto
como alternativa e não alternância?
Temo
que assim não seja. Receio que tal como aconteceu em França com o surgimento de
Hollande o tal que ia por a Sra. Merkel na ordem e que acabou de joelhos aos
ditames da mesma, ou como diz o povo, entrada de leão e saída de sendeiro,
provocando uma maior desilusão nos franceses e contribuindo e muito pelo
crescimento da extrema-direita.
Será
muito mau para democracia que tal aconteça.
Sem comentários:
Enviar um comentário