sábado, 2 de agosto de 2014

Timor-Leste assiste em direto ao debate sobre se PM Xanana Gusmão resigna ou não




Díli, 02 ago (Lusa) - Os timorenses vão assistir em direto, através da televisão, ao debate que o partido, que lidera a coligação no poder inicia hoje sobre se o primeiro-ministro Xanana Gusmão resigna ou não do cargo.

O debate, de dois dias, vai decorrer no Centro de Convenções de Díli e será transmitido em direto pela Rádio Televisão de Timor-Leste.

Foi convocado pelo Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT, no poder) para decidir sobre a possível resignação do primeiro-ministro timorense e presidente do partido, Xanana Gusmão.

Segundo o secretário-geral do partido e atual ministro da Justiça, Dionísio Babo, a conferência extraordinária do CNRT é "essencialmente para chamar o presidente do partido para explicar a entrega do poder à nova geração".

"O partido respeita a opinião pessoal, mas deseja ouvi-lo. Se ele resignar é preciso discutir a quem o partido pretende entregar o poder", disse Dionísio Babo à Lusa.

"Se ele não resignar o partido vai fazer recomendações", salientou.

Questionado sobre se durante a conferência extraordinária poderá ser discutida uma remodelação governamental, Dionísio Babo disse que essa discussão também está prevista.

Xanana Gusmão, de 68 anos, foi um dos líderes da luta contra a ocupação indonésia de Timor-Leste, entre 1975 e 1999, que culminou com a realização de um referendo a 30 de agosto de 1999, que determinou a independência do território.

A 20 de maio de 2002, dia da restauração da independência do país, tomou posse como Presidente do país. Em 2007, tomou posse como primeiro-ministro e em 2012 foi reconduzido no cargo.

Em 2012, Xanana Gusmão formou um governo de coligação com o Partido Democrático, liderado por Fernando La Sama de Araújo, atual vice-primeiro-ministro, e a Frente Mudança, chefiado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luís Guterres.

Desde final de 2012, que Xanana Gusmão tem reafirmado a sua intenção de abandonar o cargo de primeiro-ministro.

Em janeiro, num discurso proferido no parlamento por ocasião do início do debate do Orçamento Geral do Estado para este ano, o primeiro-ministro afirmou que aquela era a última vez que se dirigia ao hemiciclo como chefe do Governo para apresentar um Orçamento de Estado.

EL (MSE) // EL - Lusa - foto em Uma Lulik

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