Díli,
02 ago (Lusa) - Os timorenses vão assistir em direto, através da televisão, ao
debate que o partido, que lidera a coligação no poder inicia hoje sobre se o
primeiro-ministro Xanana Gusmão resigna ou não do cargo.
O
debate, de dois dias, vai decorrer no Centro de Convenções de Díli e será
transmitido em direto pela Rádio Televisão de Timor-Leste.
Foi
convocado pelo Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT, no
poder) para decidir sobre a possível resignação do primeiro-ministro timorense
e presidente do partido, Xanana Gusmão.
Segundo
o secretário-geral do partido e atual ministro da Justiça, Dionísio Babo, a
conferência extraordinária do CNRT é "essencialmente para chamar o
presidente do partido para explicar a entrega do poder à nova geração".
"O
partido respeita a opinião pessoal, mas deseja ouvi-lo. Se ele resignar é
preciso discutir a quem o partido pretende entregar o poder", disse
Dionísio Babo à Lusa.
"Se
ele não resignar o partido vai fazer recomendações", salientou.
Questionado
sobre se durante a conferência extraordinária poderá ser discutida uma
remodelação governamental, Dionísio Babo disse que essa discussão também está
prevista.
Xanana
Gusmão, de 68 anos, foi um dos líderes da luta contra a ocupação indonésia de
Timor-Leste, entre 1975 e 1999, que culminou com a realização de um referendo a
30 de agosto de 1999, que determinou a independência do território.
A
20 de maio de 2002, dia da restauração da independência do país, tomou posse
como Presidente do país. Em 2007, tomou posse como primeiro-ministro e em 2012
foi reconduzido no cargo.
Em
2012, Xanana Gusmão formou um governo de coligação com o Partido Democrático,
liderado por Fernando La Sama
de Araújo, atual vice-primeiro-ministro, e a Frente Mudança, chefiado pelo
ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luís Guterres.
Desde
final de 2012, que Xanana Gusmão tem reafirmado a sua intenção de abandonar o
cargo de primeiro-ministro.
Em
janeiro, num discurso proferido no parlamento por ocasião do início do debate
do Orçamento Geral do Estado para este ano, o primeiro-ministro afirmou que
aquela era a última vez que se dirigia ao hemiciclo como chefe do Governo para
apresentar um Orçamento de Estado.
EL
(MSE) // EL - Lusa - foto em Uma Lulik
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