Líderes
da oposição devem a sua vida ao presidente Santos, diz o governador do Namibe,
enquanto a Casa-CE diz que Rui Falcão devia preocupar-se com os problemas do
povo
Armando
Chicoca – Voz da América
O
governador da província do Namibe Rui Falcão criticou asperamente o líder da
Casa-CE a quem apelidou de “papagaio político” e que, segundo disse,
deve a vida ao presidente José Eduardo dos Santos.
Falcão,
que falava numa cerimónia em honra do presidente Santos, na semana passada celebrou
o seu 72º aniversário, revelou que na sequência da guerra que eclodiu após as
eleições de 1992 muitos dentro do MPLA queriam aniquilar todas as figuras da
oposição.
Ao
dirigir-se a professores, militantes e amigos do MPLA, Falcão disse sem rodeos
que José Eduardo dos Santos foi o único que naquela altura se opôs à morte dos
deputados do partido do galo negro, em Luanda.
“Angola
foi o único país no mundo que fez conviver a guerra com a democracia. Os
guerrilheiros de um mesmo grupo, que de um lado matavam o nosso povo, estavam
sentados no parlamento nacional, com o beneplácito de quem? De uma só figura,
José Eduardo dos Santos, porque a verdade seja dita, muitos de nós defendíamos
olho por olho e dente por dente”, afirmou Rui Falcão.
“Alguns
papagaios que hoje falam, que estiveram aqui no Namibe há cerca de 10 dias,
foram salvos por José Eduardo dos Santos”, acrescentou o governador numa
referência à visita do líder da Casa-CE, que foi marcada por acusações deste
partido de que as autoridades tinham tentado sabotar a sua visita.
O
governador acrescentou que se “não fosse a ordem expressa do comandante em
chefe, (em 1992) seguramente, já há muito se teriam calado".
"Estas
verdades têm de ser ditas em prol da própria paz e verdade”, acrescentou.
Em
resposta, o Secretario Executivo Provincial do Namibe da CASA-CE, Sampaio
Mucanda considerou as declarações de mau gosto e um reflexo da
“arrogância” do governador do Namibe.
“Ao
invés de proferir palavras obscenas, reduzir a imagem do Dr. Chivukuvuku,
deveria preocupar-se com problemas sociais que grassam o povo, nomeadamente a
seca, falta de medicamentos”, reagiu o dirigente da Casa-CE, no Namibe.
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