O
Presidente de Moçambique assinalou hoje em Maputo os 40 anos dos Acordos de
Lusaca, que abriram caminho à independência do país, desejando uma "nova
vitória" com a aprovação no parlamento do entendimento com o maior partido
de oposição.
"O
maior desafio é continuar com outra vitória. E neste caso a vitória que temos
pela frente é aplicar o memorando de entendimento o mais rápido possível",
declarou Armando Guebuza, citado pela agência de notícias moçambicana AIM, após
a cerimónia do Dia dos Acordos de Lusaca, celebrado a 07 de setembro de 1974
pela Frelimo (Frente Revolucionária de Moçambique) e pelo Governo português.
A
Assembleia da República reúne-se na segunda-feira em sessão extraordinária para
votar a transformação em leis do acordo alcançado pelo Governo e pela Renamo
(Resistência Nacional Moçambicana), ao fim de um ano e meio de confrontos
militares e de mais de 70 rondas negociais entre as partes e que culminaram com
a assinatura, na sexta-feira em Maputo, do entendimento por Guebuza e Afonso
Dhlakama, líder do maior partido de oposição.
Estabelecendo
uma relação com o momento histórico em 1974 na capital da Zâmbia, o chefe do
Estado de Moçambique referiu que naquele período ouviam-se relatos de chacinas
de portugueses contra a independência, apoiados por "sequazes
moçambicanos".
"Obviamente
isto produziu muita turbulência e a população teve que se defender. Muita gente
perdeu a vida, muita destruição também de ordem material, mas no fim tudo saiu
bem, "disse Guebuza.
Do
mesmo modo, segundo o Presidente moçambicano, a aprovação do memorando de
entendimento com a Renamo no parlamento é o próximo grande desafio do país, de
modo a afastar "os fantasmas da guerra".
Governo
e Renamo mantinham divergências de fundo, inicialmente em torno da lei e
eleitoral, e depois alargadas ao desarmamento do braço armado do partido de
oposição, composição das forças de defesa e segurança e ainda à presença de
observadores estrangeiros para vigiar este processo e as eleições gerais
previstas para 15 de outubro.
Alcançado
o acordo, Afonso Dhlakama abandonou o seu refúgio, na serra da Gorongosa, onde
se encontrou nos últimos meses, e deverá iniciar a campanha eleitoral na
próxima semana, na qualidade de líder da Renamo e candidato presidencial.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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