domingo, 7 de setembro de 2014

Moçambique: Presidente Guebuza deseja que paz com Renamo seja "nova vitória"




O Presidente de Moçambique assinalou hoje em Maputo os 40 anos dos Acordos de Lusaca, que abriram caminho à independência do país, desejando uma "nova vitória" com a aprovação no parlamento do entendimento com o maior partido de oposição.

"O maior desafio é continuar com outra vitória. E neste caso a vitória que temos pela frente é aplicar o memorando de entendimento o mais rápido possível", declarou Armando Guebuza, citado pela agência de notícias moçambicana AIM, após a cerimónia do Dia dos Acordos de Lusaca, celebrado a 07 de setembro de 1974 pela Frelimo (Frente Revolucionária de Moçambique) e pelo Governo português.

A Assembleia da República reúne-se na segunda-feira em sessão extraordinária para votar a transformação em leis do acordo alcançado pelo Governo e pela Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), ao fim de um ano e meio de confrontos militares e de mais de 70 rondas negociais entre as partes e que culminaram com a assinatura, na sexta-feira em Maputo, do entendimento por Guebuza e Afonso Dhlakama, líder do maior partido de oposição.

Estabelecendo uma relação com o momento histórico em 1974 na capital da Zâmbia, o chefe do Estado de Moçambique referiu que naquele período ouviam-se relatos de chacinas de portugueses contra a independência, apoiados por "sequazes moçambicanos".

"Obviamente isto produziu muita turbulência e a população teve que se defender. Muita gente perdeu a vida, muita destruição também de ordem material, mas no fim tudo saiu bem, "disse Guebuza.

Do mesmo modo, segundo o Presidente moçambicano, a aprovação do memorando de entendimento com a Renamo no parlamento é o próximo grande desafio do país, de modo a afastar "os fantasmas da guerra".

Governo e Renamo mantinham divergências de fundo, inicialmente em torno da lei e eleitoral, e depois alargadas ao desarmamento do braço armado do partido de oposição, composição das forças de defesa e segurança e ainda à presença de observadores estrangeiros para vigiar este processo e as eleições gerais previstas para 15 de outubro.

Alcançado o acordo, Afonso Dhlakama abandonou o seu refúgio, na serra da Gorongosa, onde se encontrou nos últimos meses, e deverá iniciar a campanha eleitoral na próxima semana, na qualidade de líder da Renamo e candidato presidencial.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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