Lisboa,
20 set (Lusa) - A presidência de Timor-Leste da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) terá como prioridade a cooperação económica e empresarial,
aproveitando o facto de ser o único país da organização na Ásia, região com um
forte dinamismo económico.
"A
prioridade de Timor é desenvolver a parte económica, promover o desenvolvimento
empresarial e investimentos e a cooperação económica e empresarial", disse
à Lusa o secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy.
Timor-Leste,
que assumiu a presidência da comunidade em julho e terá um mandato de dois
anos, "está numa zona extremamente dinâmica em termos de economia e quer
aproveitar para expandir a CPLP em termos económicos e empresariais para essa
zona", referiu o responsável.
A
atual presidência da CPLP "está muito focada na criação de um ambiente de
negócios propício para que os empresários possam livremente desenvolver os seus
negócios", revelou Murade, exemplificando alguns projetos em estudo: a
constituição de uma multinacional para a exploração de um bloco de petróleo em
Timor ou a criação de um banco ou de um fundo de investimento.
"Hoje,
vemos que no nosso espaço da CPLP há muitos recursos, sobretudo os energéticos,
mas também a agricultura. Países africanos como Angola e Moçambique podem
perfeitamente, mediante uma cooperação mais sistematizada, produzir comida para
abastecer os mercados do Médio Oriente", ilustrou.
Para
tal, é necessário "limar alguns condicionalismos", nomeadamente ao
nível de leis laborais.
Durante
a presidência timorense, a CPLP vai manter em Díli um representante permanente.
"Timor
está tão longe de nós, mas é preciso manter perto de nós. Como se costuma
dizer: longe da vista, mas perto do coração", disse Murargy.
"O
representante permanente vai aproximar-nos cada vez mais. Vai dar maior visibilidade
à CPLP naquela zona, vai trabalhar para difundir os nossos ideais e a nossa
imagem", mencionou ainda.
Outro
dos principais desafios da presidência timorense é a definição da nova
estratégia da CPLP, tarefa para a qual foi decidido constituir, durante a
cimeira de Díli, um grupo de trabalho.
"É
a grande decisão", sustentou o responsável da comunidade.
Certo
é que o reforço da vertente económica será "uma das grandes linhas da nova
visão".
"A
estrada principal são os nossos valores e a língua. Agora temos de ir criando
outros subsídios que possam dar mais força a esta componente
político-diplomática, como a parte empresarial, a mobilidade, a criação de um
Erasmus para a CPLP", afirmou.
Na
próxima semana, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos nove Estados-membros
da CPLP vão reunir-se em
Nova Iorque , à margem da assembleia-geral das Nações Unidas,
naquela que será a primeira reunião em que a Guiné Equatorial participa já
enquanto membro de pleno direito. O encontro servirá para discutir vários assuntos,
entre os quais o apoio à Guiné-Bissau e o balanço da cimeira de Díli, que
decorreu no final de julho.
JH
// PJA - Lusa
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