Lisboa,
20 set (Lusa) - O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, considerou que a mobilidade de cidadãos
entre os Estados-membros será "uma realidade inevitável", mas no
próximo ano já deverão ser abolidos os vistos para algumas profissões.
Por
enquanto, apenas existem "acordos bilaterais que decidiram a abertura de
fronteiras", mas "para que o cidadão em geral possa circular no
espaço, isso ainda vai demorar algum tempo", admitiu o responsável, em
entrevista à agência Lusa.
"Não
posso dizer que seja no meu mandato [mais dois anos], mas [a abertura de
fronteiras] vai acontecer nos próximos tempos. É uma realidade
inevitável", considerou.
A
medida, na opinião de Murargy, permitirá aos cidadãos "sentir a existência
da CPLP".
Um
dos principais obstáculos tem sido o facto de Portugal estar integrado no
espaço Schengen é um grande obstáculo, o que limita a sua liberdade de decidir,
mas o secretário-executivo mostrou-se confiante de que será possível encontrar
uma solução.
O
secretário-executivo condenou exigências atuais como a obrigação de mostrar o
extrato da conta bancária para que seja emitido o visto.
"É
perigoso e é contra a liberdade e privacidade da pessoa. Onde é que já se viu
isto?", questionou.
Murade
Murargy criticou também que alguns Estados-membros da CPLP facilitem mais a
circulação de cidadãos de países de fora da comunidade ou que, mesmo após a
emissão de vistos, ainda sejam levantadas muitas questões e complicações na
fronteira".
"Temos
de acabar com isto. Timor-Leste [que detém a presidência da CPLP nos próximos
dois anos] está a trabalhar para que os ministros de Interior e da
Administração Interna possam decidir no sentido de, no próximo conselho de
ministros, em julho do próximo ano, possa haver já uma decisão de que algumas classes
possam ter vistos", afirmou.
Entre
estas classes profissionais estão empresários, jornalistas, estudantes,
artistas ou desportistas.
JH
// PJA - Lusa
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