sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Xanana Gusmão critica ONU e pede agenda de desenvolvimento transformadora




Nova Iorque, Estados Unidos, 26 set (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, criticou hoje em Nova Iorque, num discurso proferido na 69ª Assembleia-Geral da ONU, a "prática incorreta" das organizações internacionais de medir o mundo e pediu uma agenda de desenvolvimento "verdadeiramente transformadora".

"Vamos entrar no ano de 2015, sabendo que 2,2 mil milhões de pessoas do mundo estão já ou vão entrar na faixa da extrema pobreza sem sequer conhecer o que são os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio", afirmou Xanana Gusmão.

"É, portanto, para nós aqui presentes uma oportunidade histórica para partilharmos as nossas reflexões sobre os imensos desafios que temos pela frente de forma a delinearmos uma agenda verdadeiramente transformadora onde nenhum país fique para trás", disse Xanana Gusmão.

No discurso, o primeiro-ministro timorense chamou também a atenção para o que considerou a "prática incorreta das organizações internacionais de medir o mundo", colocando no "mesmo saco" os 193 países membros da ONU.

"Esses índices da economia de desenvolvimento estabelecem escalas de valores não só injustas, como desmotivadoras para a maioria dos países subdesenvolvidos", alertou o primeiro-ministro timorense.

Xanana Gusmão deixou também críticas às Nações Unidas, afirmando que para responder aos desafios mundiais é preciso uma organização mais "operante, mais ativa e menos estereotipada".

Para o chefe do Governo timorense, a ONU tem de trabalhar em cooperação estreita com as outras organizações, sobretudo, regionais e atuar com "profundo respeito pela soberania de cada Estado e pelas suas idiossincrasias".

"Todas as ações levadas a cabo têm sido apenas uma continuidade de medidas exercidas que na maioria dos casos não produziram resultados muito positivos", afirmou.

MSE // JCS - Lusa

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