segunda-feira, 13 de outubro de 2014

CRIMINOSOS DE PEQUIM RECORREM ÀS TRÍADES PARA REPRIMIR MANIFESTANTES




Já aqui foi dito a título de fazer relembrar aqueles que já esqueceram o que é viver em ditadura ou próximo dela. Os governos não democráticos ou com tendências para reprimir os direitos de contestação e manifestação recorrem comummente a polícias à civil e sem escrúpulos ou à criminalidade, de preferência mascarados, para agredir, agitar e desmotivar manifestantes. Até em Portugal vai acontecendo infiltração de polícias nas manifestações com o objetivo de causar desacatos e violência. Existem registos fotográficos disso em manifestações ocorridas junto ao Parlamento na vigência do atual governo de Cavaco-Passos-Portas. Para esses agentes foi reservada a impunidade apesar de desempenharem uma ação ilegal.

Nos protestos de Hong Kong o método é semelhante. Usam os criminosos das tríades, talvez à mistura com polícias, mascarados. A cara tapada é importante, para que não existam registos fotográficos identificadores.

Pequim não abre mão do seu regime de falsa abertura à democracia. Os habitantes daquele país estão impossibilitados de eleger os que os hão-de governar. Em vez disso o regime de Pequim faz gincanas entre a ditadura e a pseudo-democracia, sempre com pendor para a ditadura e antidemocracia. É contra isso que a população de Hong Kong luta. Manifestando-se democrática e pacificamente. Forma de luta que é o pavor dos ditadores. Hong Kong tem feito Pequim tremer, para além de ter feito cair a máscara aos ditadores que constituem os poderes na China.

Talvez na China não conheçam o adágio que salienta que tão criminosos são os que roubam, matam ou espancam a mando como aqueles que os contratam. Temos assim em Pequim e no chefe de governo imposto em Hong Kong pares dos criminosos mafiosos das tríades mafiosas. Quer parecer que nem assim os habitantes de Hong Kong vão desarmar de reinvindicar os seus direitos democráticos: eleger quem os governe. (MM / PG)

Hong Kong: Confrontos entre manifestantes e homens mascarados

Os manifestantes pró-democracia de Hong Kong envolveram-se hoje em confrontos com uma dezena de homens mascarados no principal local dos protestos, no centro da cidade, com a polícia a tentar conter o caos.

Homens usando máscaras correram para as barricadas na zona de Admiralty, enquanto os manifestantes tentavam protegê-las e fazê-los recuar.

Dois dos homens foram imobilizados no chão pela polícia, que também formou um cordão em torno do grupo enquanto os manifestantes gritavam: "Armas! Armas!" e "prendam as tríades".

Lusa, em Notícias ao Minuto

Académico - Hong Kong: Maior conquista "foi as pessoas terem feito ouvir a sua voz"

O professor de Ciência Política Joseph Cheng defende que a maior conquista do movimento pró-democracia de Hong Kong foi "as pessoas terem percebido que têm de fazer ouvir a sua voz", o que já "é motivo de orgulho".

"Acreditamos que a maioria das pessoas de Hong Kong quer a democracia e que recusa, claramente, a decisão de Pequim. Podemos todos estar muito orgulhosos do que atingimos até agora, pelo facto de termos saído à rua para pedir a democracia", disse Joseph Cheng em entrevista à agência Lusa.

Treze dias após o início dos protestos pela democracia e sufrágio universal de facto na antiga colónia britânica, o professor catedrático de Ciência Política na City University de Hong Kong referiu a elevada adesão da população que superou todas as expectativas, o que "também constitui um motivo de orgulho".

"Envolvemo-nos nos protestos porque quisemos dizer ao mundo que não desistimos e que vamos continuar a lutar. E mais do que lutar por um sistema eleitoral democrático, estamos a lutar pelos nossos valores fundamentais, pelo nosso modo de vida, e pela nossa dignidade", afirmou.

"Não queremos que Hong Kong seja reduzida a qualquer outra grande cidade do interior da China. E fomos bem sucedidos em demonstrar isso", argumentou Joseph Cheng.

As conquistas alcançadas não garantem, contudo, a concretização das exigências dos manifestantes: a demissão do líder do governo de Hong Kong, CY Leung, e o recuo de Pequim, que no final de agosto decidiu que os cidadãos daquela Região Administrativa Especial chinesa vão poder eleger por sufrágio universal o chefe do Executivo em 2017, mas só depois de uma seleção dos candidatos por um comité eleitoral.

"Obviamente não estamos nada otimistas quanto à obtenção de concessões concretas por parte de Pequim, e continuamos a esperar uma longa luta política, através de uma campanha de desobediência civil pacífica", adiantou.

Algumas zonas de Hong Kong continuam paralisadas, três semanas depois de um boicote às aulas pelos estudantes, que a 28 de setembro evoluiu para uma campanha de desobediência civil. Desde então, em ocasiões distintas, estudantes e governo romperam o diálogo antes do início das negociações.

A falta de liderança clara das manifestações iniciadas pelos jovens (Federação de Estudantes e Scholarism) e entretanto reforçadas com o apoio do movimento ‘Occupy Central’ também aumenta o nível de imprevisibilidade das ações de rua, considerou.

"Sair à rua por decisão individual é muito bonito e comovente, mas nesta fase isso também demonstra limitações em termos de coordenação e de um processo de tomada de decisão concertada. Quando a questão se coloca em formular uma estratégia de saída para o impasse e de negociação, sim, temos alguns problemas", reconheceu.

Cheng admitiu também que "foram causados alguns inconvenientes às pessoas e que parte da população não está feliz com esta campanha".

"Temos de considerar o nível de tolerância às ações. Contudo, os manifestantes são inteiramente espontâneos e podem não ouvir os apelos de nenhuma organização. E se 30 ou 40 pessoas insistirem em ocupar ruas podem ser capazes de o fazer desde que a polícia não use a força", sublinhou.

O académico defendeu, todavia, que os vários grupos "estão atentos ao problema e a fazer tentativas para o resolver".

"Penso que eles estão a tentar, em primeiro lugar, coordenar os vários grupos para que possam falar a uma só voz e, ao mesmo tempo, estão a tentar estabelecer um tipo de mecanismo para que possam tomar decisões através do voto entre manifestantes", acrescentou.

Joseph Cheng foi um dos cinco pró-democratas, incluindo três deputados, detidos a 28 de setembro no exterior do complexo de Tamar, que concentra a sede do governo, parlamento e gabinete do chefe do Executivo, em Admiralty, horas antes de a polícia ter lançado gás lacrimogéneo e gás pimenta sobre os manifestantes.

Os cinco foram detidos a meio da manhã, sem oferecer resistência, quando estavam a tentar levar para os protestos equipamento de som que consideravam essencial para manter a ordem no local.

"Foi uma situação bastante irrazoável. A polícia parou-nos e disse-nos que não podíamos trazer esse equipamento para uma reunião ilegal, e nós respondemos que a reunião não tinha sido declarada ilegal naquela altura", contou.

"Esta foi a primeira vez que fui detido. Tenho 65 anos e tenho sido um bom cidadão desde sempre. Mas tal como todos os outros manifestantes apercebi-me que esta é a altura para demonstrar que estamos dispostos a sacrificar-nos um pouco pela causa da democracia", justificou.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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*Título PG

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