quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Detetado caso suspeito de burla na obtenção de subsídios do Governo de Macau




Macau, China, 08 out (Lusa) -- O Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), de Macau, anunciou hoje ter encaminhado para o Ministério Público um caso suspeito de burla na obtenção de subsídios do Governo envolvendo quatro indivíduos.

Os suspeitos, três residentes de Macau e um de Hong Kong, "terão, por várias vezes, obtido subsídios do Fundo para a Proteção Ambiental e a Conservação Energética (FPACE) por meios fraudulentos", indica o CCAC numa nota enviada hoje à imprensa.

Três dos suspeitos são fornecedores de produtos de conservação energética, que prestavam ajuda a interessados no tratamento de formalidades de candidatura ao Plano de Apoio Financeiro à aquisição de Produtos e Equipamentos para a Proteção Ambiental e a Conservação Energética e no fornecimento dos produtos.

O CCAC explica que, segundo os elementos recolhidos, os suspeitos "terão apresentado, aos serviços competentes na área de proteção ambiental, preços exagerados dos produtos fornecidos, juntando propostas e recibos falsos".

De acordo com as regras do Plano acima referido, o apoio financeiro a conceder por cada pedido é o correspondente a até 80% do montante dos produtos de conservação energética adquiridos, enquanto os 20% restantes e o custo de instalação devem ser pagos pelas próprias empresas.

Contudo, neste caso, os suspeitos "terão utilizado meios fraudulentos para o FPACE atribuir subsídios com o montante total pago pelas próprias empresas ou mesmo superior". Além disso, com as candidaturas ao Plano de apoio financeiro, registou-se nas empresas dos suspeitos "um aumento do volume de vendas dos produtos de conservação energética, subindo assim os seus lucros". Já o quarto indivíduo, proprietário de uma empresa subsidiada, "é também suspeito de ter participado na burla em causa", refere o CCAC.

"Verificou-se que estão envolvidos no caso 22 pedidos apresentados por empresas diferentes. É de referir que as firmas de algumas destas empresas foram utilizadas para este efeito sem o conhecimento das mesmas", realça o mesmo órgão, indicando que o caso envolve um valor superior a 800 mil patacas (80 mil euros), estimando-se mais de 200 mil patacas (20 mil euros) o montante da burla relativa ao apoio financeiro.

Os suspeitos, incluindo um funcionário público, confessaram a prática dos crimes, de acordo com o CCAC.

Os quatro são suspeitos da prática dos crimes de falsificação de documento e de burla previstos no Código Penal, os quais são punidos com penas de prisão de até três anos.

DM // EL - Lusa

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