terça-feira, 28 de outubro de 2014

Hong Kong: 1.700 milhões de euros para repressão ao Occupy. Desculpem qualquer coisinha




Hong Kong gastou 1.700 ME em armas do Reino Unido para "repressão interna"

Hong Kong, China, 28 out (Lusa) - A suspeita de que foi usado gás lacrimogéneo importado do Reino Unido sobre os manifestantes pró-democracia em Hong Kong revelou uma ampla venda de armas para "repressão interna" vindas deste país.

Segundo o jornal South China Morning Post, o Comité de Controlo de Exportações de Armas britânico, presidido pelo político conservador John Stanley, revelou que desde 2012 o Reino Unido vendeu a Hong Kong lança-granadas, morteiros, espingardas, metralhadoras e silenciadores de armas.

Desde 2008, aprovaram-se licenças de venda de armas a Hong Kong por 17.400 milhões de dólares de Hong Kong (cerca de 1.700 milhões de euros), segundo dados oficiais do Governo britânico, o que levou o comité a pedir explicações ao ministro dos Negócios e da Inovação do Reino Unido, Vince Cable.

As vendas chamaram a atenção do jornal, que destaca que, desde a transferência de poderes para a China, a defesa da cidade passou a ser competência do Exército de Libertação Popular.

Tudo indica que o gás lacrimogéneo usado contra os manifestantes a 28 de setembro fazia parte desses materiais importados do Reino Unido, o que já levou Londres a dizer que vai rever a venda de armamento para Hong Kong.

Em declarações ao jornal, Regina Ip, secretária para a Segurança entre 1998 e 2003, justificou as aquisições devido às necessidades das forças de segurança, principalmente depois dos ataques terroristas em Nova Iorque e Washington em 2001, que obrigaram a um reforço da segurança das zonas diplomáticas e consulares.

ISG // JCS

Chefe do Executivo pede desculpa por comentário sobre eleitores pobres

Hong Kong, China, 28 out (Lusa) - O chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, pediu hoje desculpas pelo comentário em que sugeriu que uma eleição aberta a todos não seria permitida porque levaria a que as políticas fossem definidas para agradar aos pobres.

CY Leung disse ainda que os setores do desporto e da religião não contribuíam para a economia da cidade.

"Percebo agora que devia ter sido mais claro nalguns pontos. Peço desculpas por ter causado mal-entendidos e preocupações entre as camadas de base, no setor religioso e no setor desportivo", disse o líder do Governo antes de uma reunião com o Conselho Executivo, citado pelo South China Morning Post.

As declarações de CY Leung foram feitas quando este tentava explicar a meios de comunicação internacionais porque é necessário que os potenciais candidatos às eleições para chefe do Executivo em 2017 sejam selecionados por um comité.

Neste contexto, Leung explicou que se o público fosse autorizado a votar nos candidatos que queria, esses candidatos teriam de se focar em ganhar o apoio dos eleitores com baixos rendimentos.

"Se fosse apenas um jogo de números e uma representação numérica, então obviamente que estaríamos a falar com metade da população de Hong Kong que ganha menos de 1.800 dólares por mês (cerca de 1.400 euros)", disse o chefe do Executivo de Hong Kong, em declarações aos jornais Financial Times, Wall Street Journal e Internacional New York Times.

No passado passado, CY Leung disse também que ter representantes de "alguns setores que não contribuem para a economia, como o religioso ou o desportivo" no comité que vai selecionar os candidatos, mostra que o sistema abraça uma "representação equilibrada".

Hong Kong vive há um mês com protestos em alguns dos pontos principais da cidade com milhares de pessoas a reclamarem, já para 2017, a possibilidade de eleger o líder do Governo direitamente e não à condição de escolherem após uma pré-seleção.

ISG // JCS

*Título PG

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