Mário Motta, Lisboa
Presidente da República, Governo e apaniguados cúmplices enchem a boca com a frase feita de que Portugal está melhor. Pura mentira. A pobreza aumenta. É a OCDE que o testemunha. Nem precisávamos em Portugal da OCDE, nem do Instituto Nacional de Estatística para o testemunhar, basta olhar à nossa volta nas escolas, nas ruas, nas principais praças públicas da capital ou até noutras cidades do país. Então, está melhor para quem?
Estatisticamente o desemprego diminui. Na realidade aqueles números não correspondem ao que acontece no terreno com as pessoas em situação de desemprego. Os "truques" para baixar os índices de desemprego têm a chancela do governo quando em manhosas ordens tomadas por regulamento ou lei faz "desaparecer" inscritos nos Centros de Emprego pelas razões mais mirabolosas. Casos acontecem em que os desempregados são "descarregados" da lista de desempregados por falta de comparência quando eles nem sequer receberam a convocatória ou receberam-na dias depois da data para que estavam convocados. A "máquina" terrível considera-os faltosos e não toma em consideração aquilo que o desempregado lhes alega. A partir desse momento o desempregado deixa de constar como desempregado inscrito no serviço nacional de emprego. Está desempregado(a) mas para o regime Cavaco-Passos-Portas está empregado. A vítima nem pode logo de seguida voltar a inscrever-se como desempregado(a) (só passados uns meses) a título de punição. Como esta existem outras manhas que uns Chicos Espertos nos Poleiros criaram para "baixar" o desemprego.
Com gente assim manhosa (desonesta) na posse dos poderes não existe povo nem país que resista ao afundanço na pobreza, na miséria. O escândalo só não é maior porque algumas aparências iludem a vergonhosa realidade: a pobreza envergonhada - pecha salazarista que em Portugal adquiriu anos de prática e que quase se extinguiu após o 25 de Abril de 1974, para voltar em força na vigência do primado ministerial de Cavaco Silva. O tal que em primeiro-ministro, nos seus governos, recebeu "paletes" de euros que em boa parte se esfumaram entre correlegionários seus do PSD, do CDS e até do PS. Flagrante é o caso Tecnoforma. Outros houve. É evidente que o Partido Socialista não está isento de críticas neste aspeto e em muitos outros. Afinal os três partidos, chamados do "arco da governação", por terem todos eles em exclusivo ocupado as cadeiras dos poderes e conduzido Portugal ao atual descalabro (apesar das "paletes" de euros vindas da UE) são mais conhecidos pelos partidos do "arco da corrupção". Popularmente ainda chamada "roubalheira".
Perante todo este triste quadro foi acrescentada uma austeridade imposta pelo governo Cavaco-Passos-Portas que decidiu-se por atirar os pobres para a miséria ou para a emigração compulsiva e o mesmo fazer em relação à classe média. Os que ficaram no país estão sujeitos ao esbulho de um governo que tem feito do país terra queimada. Um governo destrutivo que arrecada no seu seio criançolas parasitas que nunca nada fizeram para além de viverem (bem) alapados à máquinas dos seus partidos políticos a expensas de negociatas espúrias e cofres do Estado, sustentados pelos contribuintes, pelos portugueses. Roubando aos pobres ou remediados financeiramente para produzir mais ricos, novos ricos (eles). Não por acaso é sabido que existem políticos que passado uns anos de se instalarem nos tais três partidos do "arco" e ali chegados sem fortuna passam a desfrutar de vidas faustosas e mordomias que até para eles provavelmente eram impensáveis de virem a conseguir...
Portugal está melhor? Sim. Para todos esses parasitas e criminosos que gozam de impunidade absoluta. Está melhor para aqueles que andam a ludibriar os portugueses. Por isso a pobreza aumenta. E aumentará enquanto os deste regime forem erradamente eleitos e se mantiverem escudados pela impunidade. Quem duvida?
A culpa é da "crise"? A "crise" criada pela promiscuidade entre o grande capital, os políticos e seus capangas? Sim. E isso não é crime contra a humanidade? Então por que é que estes criminosos vivem no fausto e na impunidade?
Atentemos no que chegou hoje da OCDE.
Pobreza
em Portugal está a aumentar e afeta mais as crianças
A
OCDE recomenda que Portugal fortaleça a rede de segurança social, dê prioridade
às crianças, alargue os requisitos para o subsídio de desemprego e desenvolva a
educação de adultos como forma de reduzir a pobreza.
No
relatório de avaliação de Portugal, divulgado esta segunda-feira, a Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) refere que "Portugal
tem uma distribuição de riqueza das mais desiguais da Europa e os níveis de
pobreza são elevados", referindo que a atual crise económico-financeira
veio interromper uma fase de declínio gradual tanto da pobreza, como das
desigualdades.
"A
pobreza e o número de famílias pobres estão a aumentar, com as crianças e os
jovens a serem particularmente afetados", lê-se no relatório.
Para
contrariar estes dados, a OCDE propõe que Portugal fortaleça a rede de
segurança social, reduzindo a sobreposição entre os vários programas e
assegurando uma melhor orientação.
Isto
"poderia gerar recursos para, eventualmente, aumentar o nível de
benefícios" do Rendimento Social de Inserção (RSI), diz a OCDE.
Por
outro lado, a OCDE sugere que Portugal dê prioridade ao apoio dado a crianças e
jovens, aumentando, por exemplo, o peso das crianças no cálculo do RSI ou
aumentando o abono de família.
"Torne
os subsídios de desemprego independentes da idade e reduza os requisitos de
elegibilidade, de forma a alargar a sua cobertura", propõe a OCDE.
Recomenda
também que o salário mínimo nacional seja aumentado apenas em linha com o
aumento da produtividade e da inflação, mas que sejam ponderadas alternativas
que possam aumentar os rendimentos das pessoas com mais baixos salários.
Na
opinião da OCDE, Portugal precisa continuar a intensificar as políticas ativas
do mercado de trabalho e deve desenvolver a educação de adultos e programas de
retorno à escola para ajudar os desempregados a adquirirem as habilitações
necessárias.
Ainda
em matéria de educação, a OCDE considera importante que as taxas de abandono
escolar no ensino secundário sejam diminuídas, sugerindo que isso seja feito
através da redução das taxas de repetência e promovendo tempo de ensino extra
para os alunos com mais dificuldades educativas.
Para
alcançar este último objetivo, a OCDE diz mesmo que se for preciso, Portugal
deve considerar aumentar o número de alunos por turma.
Jornal
de Notícias
Crianças
portuguesas reconhecem dificuldades dos pais em comprar peixe ou carne
Crianças
portugueses inquiridas num estudo da Unicef, divulgado esta segunda-feira,
reconhecem as dificuldades dos pais em comprar carne, peixe e iogurtes e em
pagar as contas da casa devido à crise económica que o país atravessa.
O
estudo, que foi realizado entre março e maio de 2013, e envolveu 77 crianças e
adolescentes com idades entre os oito e os 17 anos, pretendeu analisar o modo
como as crianças observam a atual crise e sentem o seu impacto no dia-a-dia.
"As
crianças consideram que os adultos estão pressionados pelo trabalho ou pela
falta dele e falam das dificuldades em assegurar o consumo de bens
essenciais", refere o estudo, que integra o primeiro relatório publicado
do Comité Português para a Unicef "As Crianças e a Crise em Portugal -
Vozes de Crianças, Políticas Públicas e Indicadores Sociais, 2013", que
analisa a realidade desta população em Portugal num contexto de crise.
Segundo
o estudo, as crianças de famílias menos afetadas pela crise apontam estratégias
de racionalização de gastos, como não comprar a mais, comprar marcas brancas,
ir menos a restaurantes ou reduzir os presentes no Natal, e têm maior
consciência sobre a necessidade de contenção relativamente e de poupança.
Já
as crianças de famílias em situação de vulnerabilidade económica referem cortes
significativos no consumo de alguns alimentos essenciais como carne, peixe e
iogurtes, cortes em vestuário e calçado, assim como mudanças de casa, cortes
nas atividades extracurriculares e mais dificuldades para pagar as contas.
Quando
questionadas sobre o que desejam para si ou para a sua família no futuro um
número significativo de crianças e adolescentes referem um emprego estável e
"um rendimento que lhes permita viver mais desafogados e ter saúde e
bem-estar".
Salientam
também o papel dos avós, que algumas vezes ajudam os pais financeiramente.
Contudo, o estudo observa que "a geração dos avós está a ter mais
dificuldade em assegurar o apoio às gerações mais novas devido a problemas
económicos".
O
relatório sublinha que "o aumento das desigualdades sociais e diminuição
da qualidade de vida tem tido consequências muito significativas no bem-estar e
no gozo efetivo dos direitos das crianças que vivem em Portugal".
"As
crianças e adolescentes que deram o seu contributo para este estudo consideram
que Portugal é hoje um Estado pobre, desigual e injusto e partilham descrédito
pela política e pelos políticos", salienta.
A
Unicef afirma que é "neste clima de incerteza e instabilidade que as
crianças constroem valores sociais, como solidariedade e respeito, e criam
perceções sobre o país, o Estado e o mundo".
As
crianças manifestaram-se "claramente sensíveis" às questões da
igualdade e justiça sociais e sugerem que "para vencer a crise é preciso
mudança".
Para
a Unicef, é preciso ouvir a voz das crianças e a suas opiniões sobre os
problemas que as afetam.
"Além
de ser um direito, e como tal uma obrigação da sociedade e de todos os seus
agentes, constitui um elemento indispensável quando analisamos a sua situação e
o contexto em que vivem. Se, de facto, queremos conhecer as crianças que vivem
em Portugal, não podemos prescindir de ouvir as suas opiniões", defende no
documento.
Jornal
de Notícias
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