terça-feira, 28 de outubro de 2014

Portugal: Fenprof diz que "já vem tarde"anúncio de que falta colocar 9% dos professores




O secretário-geral da Fenprof lembrou que as aulas já começaram há um mês e meio, sendo que alguns alunos estão em época de testes

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores, Mário Nogueira, considerou hoje que o anúncio pelo Ministério da Educação de que falta colocar 9% dos docentes em horário completo “já vem tarde” e causou “enormes prejuízos” aos alunos.

“Seriam números positivos se fossem há dois meses. É tremendo o problema que foi criado e com prejuízos para os alunos que vão ter menos aulas. Seja qual for a estratégia [do Governo], nunca irá compensar o que foi perdido”, disse à agência Lusa Mário Nogueira.

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) divulgou na segunda-feira que faltam colocar 128 (9%) do total de 1.310 horários completos disponibilizados através da Bolsa de Contratação de Escola (BCE).

O MEC informou também que as estatísticas de horários incompletos revelam que "estão preenchidos 901 horários e 89 encontram-se em processo de aceitação por parte dos candidatos".

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da Fenprof lembrou que as aulas já começaram há um mês e meio, sendo que alguns alunos estão em época de testes.

“Há alunos em época testes e há alunos de 128 professores que ainda não tiveram qualquer aula.(…) Estamos quase em novembro e ainda estamos a falar em professores que faltam”, sublinhou.

Esta situação resulta da “incompetência técnica e da incapacidade de um ministro que deixou arrastar isto até este momento”, acusou.

No que diz respeito ao relatório ao Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado segunda-feira e que defende que professores mais qualificados podem ter um maior impacto nos resultados dos alunos do que turmas pequenas, Mário Nogueira afirmou que servem para “justificar o injustificável”.

“Infelizmente com matérias tão importantes como são a aprendizagem e a educação quando se quer reduzir gastos, despesas, é evidente que argumentos não faltam para justificar o injustificável”, disse.

Mário Nogueira lembrou que a OCDE está a falar de contextos inclusivos, de turmas mais ou menos niveladas e cuja aprendizagem dos alunos está mais ou menos no mesmo nível.

“Mas as sociedades são diferentes, a sociedade é diversa e heterogénea, e as escolas não podem deixar de a refletir e preparar homens para a sociedade. Por isso, obviamente que o número de alunos por turma tem importância”, concluiu.

Na foto: Mário Nogueira, líder da Fenprof - Miguel A. Lopes/Lusa

Lusa, em jornal i

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