O
secretário-geral da Fenprof lembrou que as aulas já começaram há um mês e meio,
sendo que alguns alunos estão em época de testes
O
secretário-geral da Federação Nacional de Professores, Mário Nogueira,
considerou hoje que o anúncio pelo Ministério da Educação de que falta colocar
9% dos docentes em horário completo “já vem tarde” e causou “enormes prejuízos”
aos alunos.
“Seriam
números positivos se fossem há dois meses. É tremendo o problema que foi criado
e com prejuízos para os alunos que vão ter menos aulas. Seja qual for a
estratégia [do Governo], nunca irá compensar o que foi perdido”, disse à
agência Lusa Mário Nogueira.
O
Ministério da Educação e Ciência (MEC) divulgou na segunda-feira que faltam
colocar 128 (9%) do total de 1.310 horários completos disponibilizados através
da Bolsa de Contratação de Escola (BCE).
O
MEC informou também que as estatísticas de horários incompletos revelam que
"estão preenchidos 901 horários e 89 encontram-se em processo de aceitação
por parte dos candidatos".
Em
declarações à Lusa, o secretário-geral da Fenprof lembrou que as aulas já
começaram há um mês e meio, sendo que alguns alunos estão em época de testes.
“Há
alunos em época testes e há alunos de 128 professores que ainda não tiveram
qualquer aula.(…) Estamos quase em novembro e ainda estamos a falar em
professores que faltam”, sublinhou.
Esta
situação resulta da “incompetência técnica e da incapacidade de um ministro que
deixou arrastar isto até este momento”, acusou.
No
que diz respeito ao relatório ao Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado segunda-feira e que defende que
professores mais qualificados podem ter um maior impacto nos resultados dos
alunos do que turmas pequenas, Mário Nogueira afirmou que servem para
“justificar o injustificável”.
“Infelizmente
com matérias tão importantes como são a aprendizagem e a educação quando se
quer reduzir gastos, despesas, é evidente que argumentos não faltam para
justificar o injustificável”, disse.
Mário
Nogueira lembrou que a OCDE está a falar de contextos inclusivos, de turmas
mais ou menos niveladas e cuja aprendizagem dos alunos está mais ou menos no
mesmo nível.
“Mas
as sociedades são diferentes, a sociedade é diversa e heterogénea, e as escolas
não podem deixar de a refletir e preparar homens para a sociedade. Por isso,
obviamente que o número de alunos por turma tem importância”, concluiu.
Na
foto: Mário Nogueira, líder da Fenprof - Miguel A. Lopes/Lusa
Lusa,
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