quinta-feira, 27 de novembro de 2014

China: ESTUDANTES AMEAÇAM TOMAR EDIFÍCIOS GOVERNAMENTAIS EM HONG KONG




Hong Kong, China, 27 nov (Lusa) -- Os estudantes que participam nos protestos pró-demócraticos de Hong Kong ameaçaram hoje atacar edifícios governamentais após uma noite de confrontos que teve lugar horas depois de a polícia desalojar uma de três zonas ocupadas.

A Federação de Estudantes de Hong Kong, uma das organizações que lidera o movimento, lançou a ameaça em resposta às ações policiais que acabaram, na quarta-feira, com o acampamento de manifestantes no bairro densamente povoado de Mong Kok após 60 dias de ocupação nas ruas.

"Creio que deixámos muito claro que se a polícia vai continuar a despejar-nos por via da violência, vamos tomar ações mais violentas", disse hoje à Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK) Yvonne Leung, uma das líderes da Federação de Estudantes.

"As novas medidas visam os edifícios e alguns departamentos relacionados com o Governo", disse a jovem, acrescentando que novos detalhes vão ser anunciados antes do fim de semana.

Horas depois do despejo no bairro de Mong Kok, centenas de manifestantes começaram a encher algumas das ruas do distrito, gritando palavras de ordem como "queremos sufrágio universal já", o que provocou novos confrontos com a polícia, que dispersou manifestantes com recurso a bastões.

Na noite de quarta-feira, 55 pessoas foram detidas. Às 04:00 (21:00 em Lisboa), a polícia dispersou os manifestantes que ameaçaram voltar às ruas de Mong Kok na noite de hoje.

A polícia destacou mais de 6.000 agentes para acabar com o acampamento de Mong Kok, numa operação iniciada na terça-feira e terminada na tarde de quarta, altura em que conseguiu restabelecer o tráfego na Nathan Road, uma artéria que estava parcialmente ocupada pelo movimento estudantil desde 28 de setembro.

A operação policial resultou em 156 detenções, incluindo a do líder estudantil (do Scholarism) Joshua Wong, e de Lester Shum (Federação dos Estudantes) esta quarta-feira, por obstrução às autoridades.

Um dispositivo especial, formado por mais de 3.000 agentes, segundo a imprensa local, vai vigiar o bairro em causa pelo menos até domingo.

DM // FV

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