terça-feira, 18 de novembro de 2014

Portugal: CANELAS E CANELADAS



João Luís

É bom viver num país católico, apostólico e romântico. Romântico, João Luís? Romântico sim. Não é um romance de capa espada o que se passa em Canelas e toda aquela confusão entre o padre bom e o padre mau?

Ver toda aquela gente unida contra a substituição de um padre? Não é bonito?

Não é arrebatador saber que mais depressa mobilizamos gente em torno de um padre que contra o encerramento de uma escola, de uma junta, de um centro de saúde? Claro que é.

A nossa santa televisão tem feito um bom trabalho na moldagem de mentes.

Morreu um lutador antifascista, combatente pela liberdade, escritor, homem bom? Que é que isso interessa comparado com o duelo entre Ronaldo e Messi que há semanas nos vem atormentando?

Há corrupção nos vistos dourados? Mas tu não vês que o golo foi bem anulado? Que me interessa os vistos se pelo visto o Fernando Santos não mete o Quaresma de início?

E, estamos assim, semana atrás de semana, atrás de semana, atrás de semana.

Já dizia o “poeta”: A alegria da pobreza / está nesta grande riqueza / de dar, e ficar contente.

E defendia o “Botas”, dêem-lhes fado, futebol e Fátima.

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