terça-feira, 18 de novembro de 2014

Portugal - Vistos gold: Líder do PCP diz que Governo "não tem condições para continuar"




O líder do PCP defendeu hoje que "a credibilidade das instituições não se repõe com a saída de um ministro", concluindo que o Governo "não tem condições para continuar" após o "problema político grave" dos vistos 'gold'.

"Os últimos acontecimentos à volta do processo dos vistos 'gold' mostram bem que este Governo do PSD/CDS-PP não tem condições para continuar à frente dos destinos do país", afirmou Jerónimo de Sousa num comício do partido realizado no Palácio D. Manuel, em Évora.

O secretário-geral comunista referia-se à investigação da Polícia Judiciária sobre atribuição de vistos 'gold', no âmbito da qual foram detidas, na quinta-feira, 11 pessoas suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influência e peculato.

O caso levou já à demissão do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, devido às suas relações de proximidade com alguns dos detidos.

Num discurso de quase 30 minutos, o líder comunista comentou a nomeação de Anabela Rodrigues para a Administração Interna, considerando que "um remendo novo em pano velho não resulta em coisa nenhuma" e que "o problema continua a subsistir".

Jerónimo de Sousa realçou que os vistos 'gold' "são uma imagem de marca deste Governo" e insistiu que "não é só o ministro [Miguel Macedo] que está diminuído na sua autoridade e credibilidade", mas sim "o Governo no seu todo".

"Não venham com aquela de que estamos a confundir alhos com bugalhos. Este não é apenas um problema da justiça e para a justiça resolver. É um problema político, e grave, e a credibilidade das instituições não se repõe com a saída de um ministro, mas com a demissão de todo o Governo", atirou.

O secretário-geral do PCP referiu que a demissão do Governo é a "mais imperiosa medida para desinfestar da praga das cumplicidades, dos negócios obscuros e da corrupção que invadiu o todo do Estado".

"O que é que é preciso que aconteça para o Presidente da República agir, demitir este Governo e convocar eleições antecipadas", perguntou.

Exigindo "respostas claras e não jogos de sombras", Jerónimo de Sousa questionou, entre outros aspetos, "como foi possível o envolvimento ao nível do topo das estruturas do Estado".

O líder comunista criticou o que considerou ser "mais um Orçamento de Estado de exploração que segue o mesmo rumo da política de austeridade severa e de extorsão", enumerando a várias propostas de alteração ao documento apresentadas pelo PCP.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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