Folha
8 Digital (ao), 06 dezembro 2014
Angola
continua a ser um exemplo no âmbito das democracias mais avançadas e, também,
dos estados de direito, só rivalizando com a Coreia (do Norte, obviamente).
De
facto, Angola é o país lusófono que mais pontos perdeu no Índice de Percepção
da Corrupção 2014, caindo oito posições no ranking, segundo o relatório anual
divulgado esta semana pela organização não-governamental Transparência
Internacional.
Angola
teve uma queda de quatro pontos no ranking da Transparência Internacional,
caindo do 153º lugar (23 pontos) em 2013 para o 161º (19 pontos) em 2014 na
tabela da organização não-governamental.
Por
outro lado, segundo um relatório sobre a corrupção transnacional divulgado
pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), quase
metade dos casos de corrupção de funcionários públicos em transacções comerciais
internacionais envolvem agentes de países desenvolvidos.
Sublinha
a OCDE que “perto de um em cada dois casos de corrupção transnacional implica
funcionários públicos de países cujo índice de desenvolvimento humano é
elevado”.
A
organização explica a conclusão com o facto de aqueles países poderem “ser mais
capazes de cooperar entre si para detectar casos de corrupção, coligi-los e
comunica-los às autoridades de outros países”.
Também
podem estar “mais dispostos a partilhar informações, tendo menos a perder se um
investidor de primeiro plano se retirar do seu mercado”.
Para
fazer o retrato da corrupção, a OCDE analisou 427 casos julgados desde 1999,
quando entrou em vigor a sua Convenção Anticorrupção.
O
relatório indica que os subornos foram mais frequentemente prometidos ou dados
a funcionários de empresas públicas (27%) ou das alfândegas (11%). Na maioria
dos casos, foram pagos para ganhar contratos com o sector público (57%) ou
para acelerar a desalfandegagem de mercadorias (12%).
Em
média, os subornos atingiram os 10,9% do valor total da transacção e
representam 34,5% dos benefícios conseguidos.
Dois
terços dos casos dizem respeito a quatro sectores: a indústria extractiva
(19%), construção (15%), transporte e armazenamento (15%) e informação e
comunicação (10%).
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