Pequim,
01 dez (Lusa) - Um jornal oficial chinês advertiu hoje o partido
pró-independência de Taiwan que os resultados eleitorais de domingo "nunca
poderão inverter o progresso" alcançado nos últimos anos nas relações
entre a ilha e a China Continental.
"O
DPP (Partido Democrático Progressista) está a ganhar predominância, mas não
pode fazer o que quer", disse o Global Times num editorial sobre a
"substancial derrota" do Partido Nacionalista (KMT) nas eleições
locais em Taiwan, que provocaram a demissão do governo da ilha.
Nas
22 autarquias em disputa, o KMT, favorável ao dialogo com o Pequim, conquistou
apenas seis e o DPP, partidário da independência, treze.
Taiwan
- a ilha onde se refugiou o governo da antiga República da China quando o
Partido Comunista Chinês (PCC) tomou o poder no continente, há 65 anos - é
vista por Pequim como uma província chinesa e não uma entidade politica
soberana.
Na
imprensa oficial, o chefe do governo de Taiwan é sempre identificado como
"administrador-chefe" e não como primeiro-ministro.
As
relações Pequim-Taiwan agudizaram-se entre 2000-2008, quando o DPP governou a
ilha, mas após o regresso ao poder do KMT, há seis anos, entrou num período de
desanuviamento sem precedentes. Pela primeira vez desde o final da guerra civil
chinesa foram restauradas as ligações aéreas diretas entre o continente e a
ilha.
"Se
o DPP quer voltar ao leme, deve ter em atenção que o progresso nas relações
através do Estreito de Taiwan nunca poderá ser invertido", adverte o
Global Times, jornal de inglesa do grupo Diário do Povo, o órgão central do
PCC.
O
jornal admite que o processo democrático em Taiwan "pode servir como a referência"
ao continente, mas sustenta que "é ingénuo ver a democracia ocidental como
uma garantia de progresso social".
"A
correlação entre democracia ocidental e progresso social ainda está por provar.
Nesse sentido, o futuro de Taiwan é altamente incerto", acrescenta o
editorial.
Pequim
defende a "reunificação pacífica" com Taiwan segundo a mesma formula
adotada em Macau e Hong Kong ("um país, dois sistemas"), mas admite
"usar a força" se a ilha declarar a independência.
Ao
contrário do DDP, o KMT reconhece que "só há uma China" no mundo e
oficialmente Taiwan continua a identificar-se como "Republica da
China" (sem o adjetivo "Popular", usado pelo governo de Pequim).
AC
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